Atacada por todos os flancos, a Venezuela sofre com o ardil imperialista que, através de uma política de Estado, tem estabelecido uma união em torno da derrubada do governo de Nicolás Maduro. Nesta quarta-feira (14), foi publicado no Portal de informações do Reino Unido O Canário investigação do jornalista John McEvoy, revelando a existência de uma unidade especializada e secreta entre a Chancelaria Britânica e a oposição do golpe da Venezuela com fins conspirativos em busca de uma “reconstrução” da Venezuela.
De acordo com documentos obtidos sob a Lei da Liberdade de Informação, nos últimos 16 meses o governo britânico intensificou seus contatos com oponentes venezuelanos liderados por Juan Guaidó, observa McEvoy. Ainda segundo os documentos, o objetivo era canalizar forças conspirativas capazes de levar à derrubada do governo legítimo da nação bolivariana, Nicolás Maduro.
O repórter, por sua vez, destaca o reconhecimento de Juan Guaidó como líder do golpe, por parte do Reino Unido. Trata-se, portanto, de uma operação forjada com total consentimento do Estado. Para tal façanha, o Ministério das Relações Exteriores e da Commonwealth (FCO) do Reino Unido, no final de janeiro de 2019, solicitara ao Banco da Inglaterra que concedesse a Guaidó £ 1,2 bilhão em reservas de ouro Venezuelano.
“Em janeiro de 2020, Guaidó viajou para Londres (capital britânica) para se reunir com funcionários do governo do Reino Unido e sustentar o apoio internacional por seus incansáveis esforços para derrubar o executivo venezuelano”, diz O Canário.
Nesta reunião – aponta o investigador – Guaidó teria realizado reuniões com várias autoridades britânicas para discutir a questão da “reconstrução” da Venezuela, incluindo o chanceler Dominic Raab; o ministro para as Américas, Christpher Pincher, e o diretor para as Américas, Hugo Shorter. Ainda segundo a publicação, o “chefe da Unidade de Reconstrução da Venezuela”, John Saville – embaixador do Reino Unido na Venezuela entre 2014 e 2017, esteve presente na reunião, em uma seção secreta cuja existência não é reconhecida pelo FCO nem pelo próprio Saville. A visita de Guaidó a Londres em janeiro deste ano – quando se preparava a violenta incursão militar na Venezuela por mercenários estadunidenses e venezuelanos, contudo, teria sido organizada pelo próprio Saville, afirma o jornalista britânico. Esses dados podem ser corroborados, recentemente, pelo jornal The Washington Post, cuja investigação aponta o próprio Guaidó como o “comandante em chefe” de toda essa operação de golpe contra o governo legítimo de Maduro.
Em conclusão, McEvoy destaca que “esses documentos também sugerem que a mudança de regime na Venezuela segue o procedimento típico: os países que mais contribuem durante a fase de desestabilização podem esperar compartilhar o saque econômico-financeiro na fase de “reconstrução” (…) Este episódio está dentro de uma longa linha de apoio do Reino Unido às forças de direita na América Latina”.
Conclui-se, daí, através desses fatos uma estreita ligação dos países imperialistas na tentativa de golpe contra a Venezuela. Esse inerente banditismo do imperialismo cujos fins se encontra na indiscriminada pilhagem dos países atrasados pode ser claramente vista por parte do Reino Unido. Esse, entre muitos outros, é um meio recorrente de ataque contra os países atrasados e que não aceitam serem subjugados.