Na manhã da última terça feira, dia 12 de maio, a comunidade do Centro Educacional Unificado Heliópolis(CEU) – Professora Arlete Persoli, da Diretoria Regional de Educação Ipiranga, da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, foram acordados com um golpe do governo fascista de Bruno Covas.
Por meio do Diário Oficial do município foram anunciadas as demissões de todo corpo diretivo do CEU.
Foram anunciadas as demissões dos seguintes servidores: José Genário Pereira de Araújo do cargo de Coordenador de Ação Cultural; Marília de Santis do cargo de Gestor de Centro Educacional Unificado; Débora Graciela Orellana Martins do cargo de Coordenador de Projetos do Núcleo de Ação Cultural; Meire Regina de Lima do cargo de Coordenador de Projetos do Núcleo Educacional; Tathiana Batista Pedroso do cargo de coordenador de Projetos do Núcleo de Ação Cultural; Fernanda Hipolito Haddad do cargo de Coordenador de Projetos do Núcleo de Esporte e Lazer; Gilberto Fornari Júnior do cargo de Coordenador de Esportes e Lazer e ainda há mais dois dirigentes que podem ser exonerados.
Tais exonerações geraram na manhã do último dia 13, conforme fotos a seguir uma grande manifestação da comunidade de Heliópolis, contra a exoneração dos servidores locais.
No município de São Paulo, as gestões de cada um dos 46 CEUs, Centro Educacionais Unificados, sempre foram divididos entre vereadores da base governista, a cada gestão muda tudo. No entanto, não com o CEU Professora Arlete Persoli (Nome dado a professora que há 20 anos atrás, iniciou a luta pela mudança na educação local e esposa de Braz Nogueira, pedagogo internacionalmente reconhecido pela implementação de uma gestão democrática e popular na educação do CEU); neste CEU, também conhecido por CEU Heliópolis a história sempre foi outra.
A comunidade do CEU, conta com forte influência da UNAS (União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região) que é uma entidade sem fins lucrativos que surgiu em 1978 enquanto comissão de moradores da favela de Heliópolis, que lutava pelo direito à moradia e posse da terra. Hoje em dia de acordo com a página da UNAS, o trabalho da entidade tem por objetivo fortalecer a autonomia da comunidade para a efetivação da cidadania, “ …Para tal efeito buscamos parcerias com o poder público, a iniciativa privada e organizações sociais, garantindo o suporte à Implementação de projetos, programas e serviços de forma abrangente nas áreas de educação, cultura, assistência social, esporte, juventude, empreendedorismo, direitos humanos e movimentos de base. Com isso, impactamos cerca de 10 mil pessoas diretamente por mês, por meio de 55 projetos sociais.”
Além disso, a comunidade local tem uma história que se iniciou com as comunidades eclesiais de base, passando por um forte laço político com a esquerda. 
Toda essa influência e a mobilização dos moradores, trabalhadores e populares sempre impôs ao longo das últimas décadas que a comunidade decidisse os rumos políticos pedagógicos na administração do CEU Heliópolis, decidindo pela manutenção ou não de seus gestores, assim como tudo o que fosse ser implementado nos projetos que envolvem a comunidade, o que nos últimos dez anos ocorreu.
Como uma das exoneradas, em entrevista cedida ao Diário Causa Operária, nos disse: “O problema central não são as exonerações em si, mas o ataque ao projeto sócio – educacional construído pela comunidade escolar”.
Uma das intenções da administração fascista de Bruno Covas com a exoneração em massa é colocar no poder do CEU pessoas ligadas à administração tucana e a futuros candidatos à vereança na região. E também há conforme denuncias a infiltração da CUFA (Central de Favelas ligada à rede Globo de televisão), que cada vez mais vem se infiltrando na comunidade.
Com tal ataque, a comunidade de Heliópolis logo se mobilizou e 24 horas depois (diga-se de passagem, passando por cima e mostrando a toda à esquerda, aos sindicatos, em especial ao dos educadores de São Paulo, o Sinpeem, que estão de férias em meio à pandemia, como o Partido da Causa Operária há muito denuncia) organizou um grande ato em defesa do CEU e sua já antiga administração exonerada, contando com mais de 200 pessoas em frente à unidade, com pais, mães, estudantes, trabalhadores em geral e professores.
A grande mobilização da comunidade de Heliópolis, vai exatamente, no sentido de toda a política defendida pelo PCO, que é, se trabalhador “pode trabalhar, pode manifestar!”, é assim que se faz. 
