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O desemprego continua alto

Governo comemora 300 mil empregos enquanto desemprega 14 milhões

Em 12 meses, o país perdeu 12 milhões de postos de trabalho, considerando todas as formas de atuação no mercado de trabalho

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia tem apontado informações divergentes das estatísticas organizadas pelo IBGE sobre o desemprego no país. Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), o Caged não é um bom termômetro para avaliar o mercado de trabalho. Para o pesquisador Daniel Duque afirma que a diferença entre a criação de vagas com carteira assinada medida nas pesquisas do IBGE (Pnad Contínua e Pnad Covid-19) e no Caged, que sempre existiu, alcançou níveis nunca registrados em julho e agosto. Há evidências de subnotificação de demissões no Caged. (Valor, 20/10/20)

Se não fossem tantas notícias falsas difundidas por todos os meios de comunicação, inclusive os oficiais, poderia ser uma contradição qualquer, mas é clara a intencionalidade em manipular os dados oficiais sobre a economia. Em casos relacionados ao desempenho da economia, que acabam por gerar impactos em decisões e ganhos do mercado financeiro, isso provoca possivelmente ganhos extras de quem se beneficia com as informações. Segundo a legislação que regula o mercado de ações, por exemplo, isso é crime contra a economia. Mas o crime tem sido assimilado pelos meios de comunicação e pelas instituições do Estado como sendo algo normal.

No final de outubro o desemprego oficial chegou a 13,8 milhões de pessoas, com uma taxa de desemprego recorde de 14,4%. Isso significa que em um ano o país perdeu 12 milhões de postos de trabalho ou 4,3 milhões de postos de trabalho fechados de agosto a outubro. Um aumento no desemprego de 8,5% em relação ao trimestre anterior.

O que o IBGE apontou na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua) divulgada em 30 de outubro (G1, 30/10/20), é que:

  • O país atingiu o menor número histórico de trabalhadores ocupados
  • O nível de ocupação no mercado de trabalho atingiu o menor patamar histórico
  • Em 12 meses, o país perdeu 12 milhões de postos de trabalho, considerando todas as formas de atuação no mercado de trabalho
  • Das 4,3 milhões de vagas perdidas em 3 meses, metade era de carteira assinada
  • Segmentos de comércio, alojamento e alimentação foram os que mais perderam vagas
  • O número de trabalhadores informais é o menor de toda a série histórica da pesquisa
  • Contingente de trabalhadores domésticos (4,6 milhões de pessoas) também é o menor da série

A população ocupada continua encolhendo. E aumentou o conjunto de brasileiros que não está trabalhando. “O nível de ocupação (46,8%) atingiu o patamar mais baixo da série histórica, com queda de 2,7 pontos percentuais ante o trimestre anterior (49,5%), quando, pela primeira vez na história da pesquisa menos da metade da população em idade de trabalhar estava ocupada.” (G1, 30/10/20) Estão fora da força de trabalho 79,1 milhões de trabalhadores. E além disso, 33,3 milhões de trabalhadores estão trabalhando menos horas do que desejam, recebendo, por conta disso salários ainda menores.

A taxa de desemprego não deu saltos porque o IBGE não considera em suas estatísticas de desemprego as pessoas que não estiveram procurando emprego no período da pesquisa, no caso da última PNAD Contínua, estiveram fora do cálculo do desemprego 5,9 milhões de trabalhadores que foram considerados desalentados, ou 24,2% a mais que no mesmo período do ano anterior.

Esse quadro não mostra somente a manipulação dos dados feitas pelo Ministério da Economia, mas representam uma brutal queda no poder de compra e na qualidade de vida de dezenas de milhões de trabalhadores e trabalhadoras, e impacta também outras áreas, por exemplo, a previdência social está minguando, o INSS está atingindo, mês a mês, números cada vez menores de contribuintes. No trimestre fechado em agosto havia 53,3 milhões de contribuintes, 3 milhões a menos que o verificado no trimestre anterior.

Os preços aumentam, especialmente os dos alimentos e dos serviços básicos, enquanto os salários diminuem e o desemprego atinge os maiores índices. Essa é a cara do Brasil hoje. Longe do cenário de recuperação que o governo fica repetindo todos os dias no noticiário.

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