Da redação – O Ministério da Justiça, comandado pelo fascista Sergio Moro (que prendeu Lula para eleger Bolsonaro), censurou uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que revela que não há epidemia do uso de drogas no Brasil.
A desculpa encontrada foi a discordância com o título do estudo e da citação do ministério – embora seja absolutamente comum mencionar os patrocinadores de pesquisas como esta, no caso, a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), órgão do Ministério da Justiça.
Entretanto, as próprias declarações do ministro da Cidadania, Osmar Terra, revelam o verdadeiro motivo da censura: o governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro é totalmente contra qualquer política no sentido de liberação das drogas.
“A Fiocruz tem viés de defender a liberação de drogas”, acusou. “Na área de pesquisa sobre drogas é um grupo totalmente comprometido com a liberação, que quer mostrar que não tem epidemia. Vocês acham que não tem epidemia? Vocês acham que diminuiu o consumo de drogas no Brasil?”
Ou seja, o ministro aloprado (mais um!) quer substituir o “achismo” (obviamente, conforme seu próprio ponto de vista) pela pesquisa científica de um dos institutos mais importantes do País. Justamente porque a pesquisa da Fiocruz mostra que não há uma epidemia de drogas, portanto não seria necessário todo o aparato repressivo montado pelo Estado com a desculpa de “combater as drogas”, o narcotráfico, etc., que é uma política voltada para a supressão de qualquer direito democrático (e mesmo à vida) dos pobres, principais vítimas dessa repressão.
É preciso denunciar mais esse ataque fascista, desta vez à ciência, ao direito à informação, à saúde pública e aos direitos democráticos do povo. É mais uma desculpa contra a liberação da drogas e para favorecer o massacre de negros e pobres nas favelas, vítimas das operações policiais e militares supostamente contra o tráfico.
É um direito democrático a liberação das drogas, de todas as drogas, porque sua proibição serve apenas de desculpa para o Estado burguês reprimir a população.