O governo Bolsonaro, mais uma vez, coloca em último lugar os estudantes que em geral sempre foram os sujeitos mais vanguardistas na política brasileira. No início de junho deste ano a caixa econômica federal apresentou uma proposta de renegociação de dívidas para aqueles 2,6 milhões que estão endividados que estavam com o pagamento do FIES atrasado há pelo menos um ano. A proposta inicial oferecia um perdão de 90% da dívida dessas pessoas, no entanto, na realidade, não houve perdão nem dos juros e multas.
Além disso, a proposta se demonstrou tão ridícula que, em um país com número absurdo de desempregados, exigia uma entrada em dinheiro com valor entre 1% da dívida e R$1000,00 e com parcelas mensais de amortização não inferiores a R$200,00. Como resultado, apenas 1% dos que contraíram dívida com o FIES toparam a proposta de uma suposta renegociação. Ficou explicito que não houve qualquer possibilidade de uma população que tem dificuldade para pagar o almoço no RU ter condições de pagar para estudar.
Apesar de que o FIES seja a maior proposta de financiamento estudantil na história do Brasil, o governo de viés neoliberal que assumiu após o golpe de 2016 apresenta todos os dias propostas de acabar com a educação gratuita no Brasil, haja visto a última proposta do Future-se, que possibilita a cobrança de mensalidades em universidades federais. Apesar do déficit do programa estar estimado em quase R$13 bilhões, pouco se fala nos recursos acumulados no Fundo de Garantias de Operações de Crédito Educativo (FGEDUC), que acumula um valor aproximado de R$12,5 bilhões em maio de 2019. Este fundo foi criado justamente com o objetivo de cobrir os déficits que surgiram no programa.
O ponto central da discussão é que o governo Bolsonaro não tem a menor noção de como manter a economia funcionando. Ao invés de possibilitar o consumo com plenos empregos, este se apresenta como um inimigo feroz do povo e por isso deve ser combatido. Ao invés de colocar Bolsonaro na linha, como algumas organizações estudantis pequeno-burguesas apresentam, os universitários e trabalhadores tem como única solução dos problemas a derrubada do governo de extrema direita de Bolsonaro, a liberdade de Lula e a exigência de eleições gerais com Lula candidato.