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Privatização ameaça o país

Governo Bolsonaro segue fatiando Petrobras: Gaspetro é a próxima

A privatização da Petrobras coloca o pais à mercê das empresas norte-americanas e europeias

Depois que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) não ter aceito a negociação que a diretoria da Petrobras estava fazendo com a Cosan, empresa brasileira da área de açúcar e energia, para a venda de 51% da Gaspetro, a Petrobras agora está negociando com a empresa japonesa Mitsui. Atualmente a Petrobras é dona de 61% da Gaspetro e a Mitsui detém o restante 49%.

No Plano de Negócios 2021/25 apresentado na segunda-feira pelo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, conta a venda da Gaspetro e parece que querem fazê-lo de qualquer jeito. O interessante é que a futura compradora também estava com planos de reduzir sua participação na empresa.

A Gaspetro foi criada em 1998 como uma empresa da Petrobras encarregada de participar de outras empresas estaduais na área de distribuição de gás. Atualmente a empresa tem participação em 19 distribuidoras locais. Em 2015, 49% da empresa foi vendida para a subsidiária brasileira da Mitsui.

No mês passado a Petrobras completou 67 anos de existência. É uma empresa símbolo do Brasil, resultado do movimento social pelo monopólio do petróleo nas décadas de 1940 e 1950. No processo que levou ao golpe de 2016, a empresa esteve entre os alvos da movimentação do governo norte-americano para desestabilizar a economia e a politica brasileiras, quando até utilizaram grampo telefônico na presidência da República para monitorar especialmente a política de petróleo e gás no Brasil.

Não por outro motivo a empresa acabou sendo atacada em vários flancos pelas ações do Judiciário e do Ministério Público Federal, que acabaram lhe custando muito e gerando uma crise enorme, que atingiu em cheio especialmente o Rio de Janeiro, em suas refinarias e plataformas.

Após o golpe de 2016, o governo golpista de Michel Temer colocou a empresa como central no processo de privatização, o mesmo sendo feito agora no atual governo, quando indiretamente, via Caixa Econômica Federal e BNDES, foram vendidas 16,2% das ações da empresa, restando o governo brasileiro com somente 50,2% da petroleira, limite para que mantenha o poder de decisão. (Brasil de Fato, 3/10/20)

Desde o ano passado já foram colocados à venda 382 ativos da empresa, entre 53 campos de extração, 39 plataformas, 13 mil quilômetros de gasodutos, 124 postos de gasolina, 12 unidades de geração de eletricidade e 8 de processamento de gás natural, além de participações em empresas estrangeiras. “No cardápio de vendas, os principais ativos foram a totalidade da Transportadora Associada de Gás (TAG), por R$ 34,6 bilhões, e 30% da BR Distribuidora, por R$ 9,6 bilhões – operação que resultou na perda do controle acionário da maior distribuidora de combustíveis do país.” (Sindipetro Unificado, 11/9/20)

A estratégia privativista da atual diretoria da Petrobras estará comprometendo não somente a empresa, como também a soberania nacional, é o que conclui o economista e pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) e ex-presidente da Petros, Henrique Jäger. Por exemplo, explica que a privatização da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, “significa a privatização de 80% da capacidade de importação e tancagem de GLP por parte do Brasil. Isso é uma coisa seríssima, não é simples. O Brasil importa, atualmente, entre 25 e 30% de todo o GLP consumido nacionalmente – 80% dessa importação entra pelo porto de Suape e 20% pelo porto de Santos. A gente está falando de colocar no setor privado 80% da nossa capacidade de armazenamento de GLP importado” (Sindipetro Unificado, 3/8/20)

Mesmo contrário ao posicionamento da maioria da população, a privatização continua a passos largos. “Dois em cada três brasileiros são contrários a qualquer tipo de privatização. Essa estimativa equivalente a 67% foi verificada no último levantamento realizado sobre o tema pelo Instituto de Pesquisas Datafolha, em agosto do ano passado. No caso da Petrobras – a maior das estatais -, 65% dos entrevistados se opõem à sua venda.” (Brasil de Fato, 3/10/20)

O desmonte da empresa, sob o falso argumento de que concentrará suas atividades na extração de petróleo, custará muito caro para o país, tanto no que diz respeito à sua capacidade de agir no cenário internacional, passando a ser refém de empresas petrolíferas norte-americanas e europeias, no que se refere ao abastecimento interno de derivados do petróleo, como também vai impactar diretamente o custo de vida da população trabalhadora. Concentrando o refino no eixo Rio-São Paulo, a empresa deixará o resto do país à mercê de empresas privadas internacionais que ditarão o preço sem qualquer pressão popular.

Este está sendo o maior retrocesso havido na área desde a criação da Petrobras, e não será possível revertê-lo a não ser com a ruptura radical do quadro político nacional, com os trabalhadores assumindo o controle do Estado.

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