Nesta última segunda-feira, dia 21, o governo golpista de Bolsonaro, por meio da ministra Damares Alves, do Ministério da Mulher, da família e dos Direitos Humanos, depois de afirmar há uma semana sobre seu incômodo com o filme “Lindinhas” e dizer que iria tomar providências contra a produção exibida pela plataforma de streaming Netflix pediu a suspensão no Brasil da veiculação do premiado filme francês, após acusações dela ao longa de “hipersexualizar” crianças, ganhando mais uma polêmica. O pedido foi encaminhado à Coordenação da Comissão Permanente da Infância e Juventude e assinado pela Secretaria Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente (SNDCA).
Em ofício, o secretário Maurício Cunha justificou: “O filme apresenta pornografia infantil e múltiplas cenas com foco nas partes íntimas das meninas enquanto reproduzem movimentos eróticos durante a dança, se contorcem e simulam práticas sexuais. O roteiro, segundo ele, pode levar à normalização da hipersexualidade das crianças em produções artísticas. A SNDCA vê com extrema preocupação a perpetuação do conteúdo que afronta e fragiliza a normativa nacional de proteção à infância e adolescência”. Também destacou o secretário que: “a produção, protagonizada por uma menina de 11 anos, possui, como pano de fundo, o fascínio pela dança, a busca pela liberdade, o desenvolvimento da identidade sexual e o conflito em relação à tradição religiosa de sua família”.
A Netflix informou em nota enviada à Agência Brasil, que o filme Cuties (Mignonnes, em seu nome original), é um comentário social contra a sexualização de crianças. “É um filme premiado e uma história poderosa sobre a pressão que jovens meninas enfrentam nas redes sociais e também da sociedade. Nós encorajaríamos qualquer pessoa que se preocupa com essas questões importantes a assistir ao filme”, manifestando a companhia em defesa do filme. Porém, de acordo com uma nova pesquisa da Screen Engine/ASI, mais de 80% das pessoas assistiram ao longa por causa das controvérsias envolvendo a produção.
Desde que estreou no catálogo da Netflix, Lindinhas tem chamado mais atenção do público pelas polêmicas do que pelo filme em si. Segundo o estudo, 52% dos entrevistados disseram que as polêmicas foram o único motivo pelo qual assistiram; para 29%, foi a principal razão para verem Lindinhas. A análise também revelou que 72% das pessoas que assistiram ao filme acharam a controvérsia “exagerada”, mesmo com 48% que concordaram que o filme não deveria estar na Netflix.
O longa da diretora francesa Maïmouna Doucouré, que recebeu até ameaças de morte, está sendo atacado pela extrema-direita no mundo todo. Aqui no Brasil em especial, com um moralismo oportunista, a ministra Damares que silencia sobre a conversa de cunho erótico que Bolsonaro teve com uma cantora mirim numa live e também depois de quase destruir completamente a vida de uma menina de 10 anos estuprada pelo tio, mas é contra uma série da Netflix para agradar este desgoverno fascista e falso moralista. Damares, como seus comparsas e seu seguidores conservadores, mostram o quão absurdo e grave é essa atitude do governo de impor censura a uma série que mostra a realidade. Mas a ignorância e o obscurantismo prevalece na cabeça dos falsos moralistas de plantão.