O governo Bolsonaro é o que se pode chamar de “clínico geral”, quando se trata de crimes perpetrados contra os interesses da sociedade e do país. Clínico geral porque desde quando assumiu, os golpistas vêm desenvolvendo uma conduta verdadeiramente criminosa em todos os terrenos, levando adiante uma política de terra arrasada na economia, nas relações internacionais, na educação, na saúde, na segurança pública, no meio ambiente, etc.
O servilismo do governo direitista aos interesses do grande capital nacional e internacional é a marca indelével do bolsonarismo e seu ministério reacionário, formado por ministros não só obscurantistas, como também incapazes de oferecer qualquer mínima resposta às demandas sociais mais sentidas da população.
Na saúde pública, como podemos ver, a situação é por demais calamitosa, com o país ocupando o segundo lugar no mundo em número de infectados e mortos, sendo superado somente pelos EUA. O Brasil já conta com mais de 170 mil óbitos e passa dos 6 milhões o número de infectados, quantitativo este que voltou a crescer em todas as regiões do país.
Mas o tema que nos traz aqui hoje é a temática ambiental, onde o governo, também neste terreno, revela, além da sua mais completa inépcia, a profunda subserviência aos interesses dos grandes predadores sociais do meio ambiente (mineradoras, madeireiras, latifundiários, grileiros, etc). O mais recente crime do bolsonarismo – na longa lista de crimes já cometidos contra o meio ambiente – diz respeito a uma recente decisão do ministério do Meio Ambiente que retirou o ipê, uma das madeiras mais cobiçadas internacionalmente, de uma lista de monitoramento que criaria regras e licenças específicas para sua exportação. Isso mesmo depois do Ibama ter apresentado relatório manifestasndo preocupação sobre a comercialização da nobre madeira, ainda abundante na floresta amazônioca, mesmo depois de anos de extração ilegal pelos madeireiros criminosos.
Em 2018, relatório técnico do Ibama já apontava que 92% do ipê comercializado era vendido no mercado internacional, sem qualquer tipo de fiscalização. Isso fez com que houvesse o pedido para que a espécie florestal nativa da Amazônia fosse incluída na lista de madeiras ameaçadas de extinção, na tentativa de evitar que produtores ilegais e criminosos ambientais se apropriassem das vendas.
Após um longo período de análise, o ipê acabou sendo oficialmente indicado para entrar na lista de espécies ameaçadas. Contudo, mesmo com essa decisão, o ministro Ricardo Salles – servil aos interesses dos madeireiros e outros criminosos – decidiu por retirar a espécie da lista de proteção ambiental. Explicitamente o que ocorreu foi que “a decisão da retirada foi tomada após madeireiros do Mato Grosso e do Pará pressionarem o ministério, sob alegação de que isso atrapalha o comércio internacional (Portal IG, 27/11).
Alguma dúvida sobre o caráter predatório e criminoso do governo, que associado aos criminosos ambientais, vem promovendo uma verdadeira devastação nas riquezas e nos recursos naturais do país?
Este e muitos outros crimes da extrema direita contra o país e a população brasileira é resultado direto do golpe de Estado de 2016 perpetrado contra o governo eleito pelo voto popular. Bolsonaro, no entanto, foi e continua sendo somente o beneficiário do golpe, pois a conspiração que derrubou o governo da presidente Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores, foi urdido, tramado e executado não pela extrema direita fascista, mas pela direita liberal dita “civilizada”, “democrática”, a mesma que se reorganiza neste momento, sob a cumplicidade e as bênçãos de setores da esquerda nacional, para executar o novo golpe, que não é outra coisa senão o seu retorno ao comando do Estado – via frente ampla – que se viabilizará através das eleições gerais de 2022.