O governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, sob a coordenação setorial do ministro fascista do meio ambiente, Ricardo Salles, recebeu dos golpistas do governo anterior um plano de privatização de unidades de conservação que já estava sendo colocado em prática após o golpe de Estado em 2016.
A lei criada pelos golpistas em maio de 2018, está sendo utilizada nas principais unidades de conservação, pois são mais visitadas e lucrativas.
No ano passado foram privatizados três unidades de conservação (UCs) federais, o Parque Nacional de Brasília (DF), o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO) e Parque Nacional do Pau Brasil (BA).
O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, no nordeste do Estado de Goiás, possui 240 mil hectares nos municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante e Colinas do Sul. Trata-se de um parque com grande visitação e inúmeras cachoeiras acessíveis à população local e do entorno. A cobrança de altas taxas vai impedir o acesso de grande parte desses visitantes e “elitizar” a visitação pública.
O cronograma do governo prevê ainda que os parques nacionais dos Lençóis Maranhenses (MA), Itatiaia (RJ), Caparaó (MG) e da Serra da Bodoquena (MS), dentre outros, também sejam privatizados. O último entregue até o momento foi o Parque Nacional do Itatiaia, no Rio de Janeiro, um dos mais conhecidos e visitados parques do País, com mais de 28 mil hectares de terra.
A justificativa é que o que estão fazendo, com apoio de entidades ambientalistas, não seria uma privatização, mas uma concessão. Não há argumento mais medíocre e mentiroso, pois sabemos que uma vez entregue o próximo passo é ir aos poucos permitindo cada vez mais exploração e cobranças, até ser entregue de maneira definitiva. Há diversos casos atualmente, como o Parque Nacional da Tijuca e das Quedas do Iguaçu, nessas condições.
O plano dos golpistas é entregar pelo menos nove unidades de conservação para as empresas privadas por mais de 20 anos até o final de 2019. Serão milhares de hectares do patrimônio ambiental e recreativo nacional para grandes empresas do setor.
Para o negócio dos capitalistas ser mais lucrativo vão cobrar enormes taxas para entrar e permitir mais exploração das unidades de conservação sob o argumento de “proteção e lucro”, impedindo a população mais pobre de visitação e descaracterizando a função das unidades de conservação. Os capitalistas estão de olho, pois a área abrangida por unidades de conservação abragem mais de 1,5 milhões de km², ou 16,6% do território continental brasileiro e 1,5% do território marinho.
Essa é mais uma frente do governo ilegítimo do Bolsonaro de entrega de todo o patrimônio nacional e da população do país para o lucro de grandes empresas. As unidades de conservação são uma frente, mas há outras que integram a ofensiva dos golpistas para exploração e revisão de terras indígenas, comunidades quilombolas e assentamentos rurais da reforma agrária.