Mais uma vez, o governo golpista de Jair Bolsonaro, dá claras demonstrações que não respeita e não respeitará a vontade do povo.
Após o teatro demagógico típico dos governos de direita e extrema direita, da primeira dama Michele Bolsonaro, fazendo discurso em LIBRAS na posse do representante da burguesia, o INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos), fundado em 1857, e que responde como o centro nacional de referência na área da surdez no país, é atacado pelo governo.
No último dia 13, foram realizadas eleições para o cargo de diretor-geral da instituição e o resultado apontou como vencedora da disputa a professora Solange Maria da Rocha, com 40,53% dos votos válidos e Paulo Bulhões, o segundo colocado, teve 30,79% dos votos.
Apesar do resultado, o MEC (Ministério da Educação e Cultura), por intermédio do ministro fundamentalista religioso Ricardo Vélez Rodríguez, seguidor de Olavo de Carvalho, defensor de teorias grotescas como o terraplanismo, nomeou o segundo colocado para o cargo.
Essa atitude demonstra o caráter político autoritário, ilegal, do governo sobre as instituições de ensino, o que levará ao gradual enfraquecimento e desmantelamento do órgão.
Em nota, o ASSINES (Associação dos Servidores do INES) repudiou a nomeação antidemocrática. Abaixo reproduzimos a íntegra da nota:
“A Assines, sindicato que representa os servidores do INES, sempre defendeu a democracia em todas as instâncias do Instituto. Recentemente, pais, alunos e servidores participaram de um processo eleitoral legítimo, com regras definidas e acordadas por todos.
Sempre fomos publicamente contra a existencia da Lista Tríplice por se tratar de um mecanismo autoritário criado no período da Ditadura Civil Militar, que se iniciou em 1964, e que limita a fundamental autonomia das instituições federais de ensino.
Por conta disso, durante o processo eleitoral, a Assines apresentou a todos os candidatos à direção do Instituto uma carta redigida coletivamente em assembleia dos servidores, em que constava o compromisso de cada candidato a não assumir a Direção Geral do INES caso não fosse o primeiro colocado nas eleições. As chapas 1, 2 e 4 assumiram publicamente esse compromisso. Ao final das eleições, e em respeito aos critérios definidos pela comissão eleitoral, com o qual todas as chapas envolvidas no pleito concordaram, a Chapa 1 foi vitoriosa.
Nós, ASSINES, repudiamos a nomeação feita pelo Ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez na portaria n° 106, de 16 de Janeiro de 2019, para o cargo de Diretor-Geral do INES, que escolhe a Chapa 4. Enfatizamos que esta medida fere os princípios democráticos que vinham norteando o nosso Instituto até a presente data. Continuaremos na luta contra o autoritarismo!
ASSINES, 17 de janeiro de 2019.”
Da mesma forma que não respeitaram a vontade do povo de colocar Lula na presidência, a burguesia com seu governo ilegítimo de Bolsonaro desrespeita as regras e a vontade dos trabalhadores do INES.
Nesse sentido, a esquerda precisa compreender que defender a liberdade para Lula é defender seus direitos políticos e sua liberdade de livre manifestação e expressão.