Enquanto a frente ampla se preocupa com as eleições, a ditadura bolsonarista impõe um regime de terror contra os servidores que discordam de sua política fascista. O Ministério da Justiça defende a espionagem dos opositores ao governo em prol da ação da Secretaria de Operações Integradas (Seopi), uma das cinco secretarias subordinadas ao ministro André Mendonça. Denunciada pela imprensa da burguesia (Uol), e protegida pelo Ministério, a Seopi criou dossiês para listar e perseguir pelo menos 579 servidores públicos especialmente da área de segurança pública, além de outros setores considerados antifascistas.
O Ministério da Justiça não surpreende ninguém com sua nota defendendo o monitoramento dos servidores que se opõe ao governo Bolsonaro. Com a radicalização política, cada vez mais a direita apela para medidas paralelas às ações da ditadura militar, assim como as desculpas mais descabidas como a dita na nota:
“…a Seopi reitera que sua área de inteligência atua dentro da mais estrita legalidade. Assim, por óbvio, não atua para investigar, perseguir ou punir cidadãos. A perseguição, sem um único motivo a não ser o fato de se tratar de mobilizadores contra o fascismo e o Bolsonaro, representa claramente uma censura aos servidores, o que caracteriza mais um ato inconstitucional defendido pelo poder público.”
Além disso, confirmando o caráter ditatorial de conjunto do governo golpista, a Controladoria-Geral da União (CGU) editou uma norma técnica que regulava a punição para qualquer agente público crítico do governo na internet. Seus argumentos tentam esconder a censura por trás de questões morais e técnicas, como o descumprimento do dever de lealdade do servidor ao causar “repercussão negativa à imagem e credibilidade” ou “atos que extrapolem os limites do razoável”.
A CGU, inclusive, afirmou escancaradamente que os funcionários deveriam estar sob regime rígido e austero em suas vidas privadas, sob regime jurídico. “Portanto, mesmo fora do período de trabalho, há de ser exigido do servidor, sob certos aspectos, um mínimo de comportamento ético, disciplinado e condigno com a função pública exercida, quando mais nos casos em que este se identifique como tal, ou que, de alguma forma, seja reconhecido como representante da Administração” como confirmou o órgão.
Todas as ofensivas têm como claro objetivo intimidar a esquerda que trabalha no Estado e conter a revolta iminente de tais trabalhadores, para que a direita possa subordiná-los por completo. O direito democrático de se manifestar precisa ser defendido concisamente por toda esquerda, os ataques aos trabalhadores precisam ser levados a sério, ou seja, a única conclusão possível é respondê-los com a mobilização pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas. Essa, prova mais uma vez ser justamente o que incomoda a direita e os fascistas.