Na onda liberal de Paulo Guedes, os estados Brasileiros preparam terreno para privatizar, conceder ou então gerenciar através de parcerias público privadas tudo o que puder ser privatizado. É a ideia do estado mínimo levada às últimas consequências.
Estima-se que existam em torno de 100 ativos para serem privatizados. Na lista se encontram, além das cobiçadas empresas produtoras de gás, energia, saneamento e transporte, algumas atípicas como por exemplo, no Rio Grande do Sul, o parque turístico de Canela e o zoológico de Sapucaia.
No Maranhão os lençóis, no Ceará, Jericoaquara. Rodoviárias , shopping popular, aeroportos, parques esportivos, enfim, a lista é interminável e exótica. Todos os estados sejam de direita ou “esquerda” surfam na mesma marola da década de 90, quando a privataria tucana de Fernando Henrique Cardoso presenteou o empresariado com importantes empresas nacionais. Quem não lembra da polêmica venda da Vale do Rio Doce.
A justificativa para a liquidação do patrimônio nacional varia de acordo com o perfil ideológico do governante. Desde o argumento de que existe pressão do governo Federal para o ajuste fiscal dos estados para negociação de suas dívidas, o que é verdade, até a alegação de que algumas empresas dão prejuízo e também a falta de recursos para a manutenção e investimentos que elas necessitam.
Os mais sinceros tem a coragem de revelar o verdadeiro motivo: o neoliberalismo exige o estado mínimo, não se admite empresa estatal, seja esta lucrativa ou não. O que não se sabe é quanto vai para o bolso dos articuladores destas negociatas.
Na onda da golpista Lava Jato, justifica-se o imenso prejuízo causado pelos corruptos funcionários públicos e os dirigentes das estatais. Esquecem de que onde há corruptos, há também os corruptores, que são justamente estes mesmos grupos empresariais que se alvoroçam para meter a mão no patrimônio público.
A verdadeira razão para a liquidação que se arma é só uma: transformar o estado em um facilitador, um gerente em posto avançado para aumentar os lucros dos bancos e do grande capital. A isto eles chamam de estado mínimo, para o povo, nada, para eles tudo.