Na semana anterior, o governo Bolsonaro sofreu mais uma derrota com uma suposta divisão entre governadores sobre como deveria ser a reforma da previdência. Os governadores da esquerda (PT, PCdob e até PSB) não assinaram uma carta elaborada pelos governadores em apoio a reforma da previdência de Jair Bolsonaro.
A crise se deu quando um grupo de parlamentares bolsonaristas e partidos da direita apresentaram mudanças na reforma, onde cada Estado e município não deveria fazer sua própria “reforma” da previdência em contrapartida da reforma dos trabalhadores da esfera federal.
Em seguida, governadores da direita escreveram uma carta onde apresentam que não deveriam ser excluídos estados e municípios. Os governadores da esquerda não assinaram esse documento.
Apesar de não assinarem o documento, os governadores da esquerda, puxados pelos elementos mais direitistas, se posicionaram favoráveis a reforma da previdência com divergências pontuais e extremamente secundárias na destruição de todo o sistema previdenciário.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), afirmou que não é contrário a reforma da previdência, pelo contrário, apresentou a necessidade da reforma mas que precisam mudar alguns pontos.
O governador Wellington Dias (PT-PI) referenda a posição de Dino e diz que “tirar os Estados não resolve o problema do Brasil”.
Esses são dois exemplos dos governadores eleitos por plataformas de esquerda, mas que estão fazendo o jogo da direita na propaganda favorável a reforma da previdência. O discurso que é necessária a reforma, pois os Estados estão falidos e que existe um déficit é propaganda da direita para justificar e dissimular os motivos da falência dos Estados.
É evidente que a previdência não é deficitária e, sim desviada para pagamento de juros da dívida dos estados e para os capitalistas. Os governadores da esquerda, como Flávio Dino, Welinton Dias, Rui Costa, Camilo Santana são favoráveis a destruição da previdência social que está em marcha pelos bolsonaristas.
Divergem em pontos extremamente secundários e que não revertem a pobreza ou o roubo do dinheiro dos trabalhadores da aposentadoria. Querem que a destruição da previdência seja aprovada em seus estados.
Na prática estão fazendo o jogo dos bolsonaristas. Bolsonaro apresenta a destruição total e completa da previdência social e os governadores da esquerda querem a mesma destruição com uma fachada mais “social”, como não acabar com o BPC, alguns pontos dos trabalhadores rurais. Mas na essência é a destruição do sistema previdenciário em benefício dos grandes capitalistas.
É preciso denunciar essa política de apresentar a reforma da previdência com fachada de necessária para não quebrar os estados e municípios, discurso da direita bolsonarista.