Que o direitista João Dória Júnior, o Bolsodória, é um herói do povo, isso a esquerda pequeno burguesa não tem como negar. Isso fica mais claro dados atos de mais pura e sincera bondade deste com o povo, como:
– dar banho de água gelada em moradores de rua em pleno inverno;
– propor dar ração como alimento aos mais necessitados;
– realizar o desmonte da previdência estadual;
– censurar livros;
– investir mais dinheiro na saúde privada do que na pública;
– ameaçar prender a população em plena crise sanitária;
– fazer um aumento inexpressivo no número de refeições do Bom Prato;
– excluir 80% dos estudantes das escolas estaduais do auxílio merenda (de míseros R$55,00);
– cortar os salários dos professores eventuais e da categoria O;
– obrigar funcionários de grupo de risco da CPTM a trabalhar;
– não fornecer EPIs aos trabalhadores do Estado.
O governador mais amado da esquerda pequeno burguesa brasileira não para por aí. Aprofundando ainda mais sua política de ataque à população, a Sabesp, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, em plena pandemia, deixa mais de 500 famílias do Morro do Piolho, zona sul de São Paulo, sem água.
Trabalhadores, crianças e idosos são largados a própria sorte para morrer de sede, fome e doença. Eles se vêem em uma situação desesperadora, pois não há água para higiene pessoal e da casa, muito menos álcool para lavar as mãos e superfícies.
Os governos estadual e municipal de São Paulo, ambos do golpista PSDB, recentemente declararam que instalarão 100 pias comunitárias no centro e em comunidades de São Paulo. Além de ser uma ideia, no mínimo, demagógica, o número é um verdadeiro escárnio de tão pequeno.
A Sabesp responde, de maneira criminosa, que não tem como regularizar o fornecimento da água na região, pois se trata de “área invadida”. Todavia, isso não passa de desculpa para deixar a população à mercê da sorte. Acontece que a Sabesp não tem interesse algum em regularizar o serviço.
A população, vítima dessa política genocida do governo Dória, só tem como saída tentar dividir a água que resta em algumas residências e fazer ligações clandestinas (“gatos”). Assim, já é de se esperar que nenhuma “pia comunitária” de Dória e Covas vá ser instalada no Morro do Piolho. Talvez a população devesse ir até a residência de ambos para lavar as mãos, pois lá deve haver água.
A esquerda pequeno burguesa dá de ombros a isso tudo e espera, da maneira mais cínica e macabra possível, que seu novo herói mande a PM bater na população afetada caso esta resolva protestar. Afinal, já mostrou apoiar, via redes sociais (sempre), medidas que aumentem as ferramentas de opressão do Estado sobre a população. Entretanto, mal sabe ela que será a próxima na lista de seus novos aliados, os fascistas Dória, Witzel, Leite, ACM Neto, Caiado e Ibaneis.
Portanto, formar frente com a direita bolsonarista contra o governo Bolsonaro é uma uma política fadada à desgraça. Por si só é uma contradição, pois a direita apoiou, e ainda apoia, Bolsonaro. A única desagregação dentro do bloco direitista é o suposto apoio às medidas de isolamento social. Tanto Bolsonaro quanto os governadores “heróis” implementam violentas políticas neoliberais de destruição dos serviços públicos. Então, esperar que a direita vá “salvar” os trabalhadores coloca em cheque a própria existência da esquerda.
Por fim, cabe à esquerda romper qualquer aliança com a direita golpista e tomar sua posição como liderança da classe trabalhadora no combate ao governo de Bolsonaro e demais golpistas. Chega de dar dinheiro aos capitalistas! Mais investimentos na saúde pública! Sem isso, não há chance de vencer a crise que se apresenta.