A privatização da Petrobras pela política entreguista do presidente Jair Bolsonaro avança mais uma etapa com a venda de 100% das ações da Refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos, para a empresa Chevron U.S.A Inc. A transação foi fechada nesta quarta-feira, 1º de maio, pelo valor de US$ 467 milhões (cerca de R$1,8 bilhão), menos da metade do valor de compra do sistema em 2014, quando a Petrobras a adquiriu por US$1,18 bilhão na operação.
A aquisição da refinaria gerou polêmica, com a denúncia de 11 pessoas pelo Ministério Público Federal por corrupção e lavagem de dinheiro no negócio. Na época a ex-presidenta Dilma Rousseff, que presidia o Conselho de Administração da estatal, foi denunciada na Lava Jato, através dos suspeitos acordos de delação premiada, feitos por Nestor Cerveró, responsável por conduzir a compra da refinaria dentro da estatal e pelo ex-senador Delcídio do Amaral, que acusaram Dilma de ter chancelado o negócio sabendo de todos os seus problemas da transação. A Petrobrás adquiriu metade da refinaria por US$ 360 milhões em 2006, sendo que a mesma teria sido adquirida um ano antes pela empresa belga Astra Oil, por US$ 42,5 milhões. Um ano depois, uma decisão judicial motivada pelo desentendimento entre a Petrobrás e Astra, obrigou a estatal a comprar os outros 50% das ações restantes da sócia, pelo valor total de US$ 1,18 bilhão na operação.
Em 2017 os Auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) isentaram o Conselho de Administração da estatal e a ex-presidenta Dilma de terem cometido qualquer “ato de gestão irregular” no episódio, com base em relatórios dos analistas do TCU e do Ministério Público de Contas, que contrariavam a versão dos delatores. Com uma produção de 110 mil barris de petróleo por dia, a venda do sistema de refino que inclui um complexo de 188,5 hectares no canal de navegação de Houston com tanques de estocagem com capacidade para 5,1 milhões de barris de petróleo e produtos refinados, além de 143 acres adicionais em terrenos.
A medida faz parte dos planos do governo Bolsonaro do desmonte da companhia petrolífera, que prevê a venda de refinarias nacionais e de campos do pré-sal, liquidando com o desenvolvimento alcançado nos últimos anos, impulsionado pela cadeia de negócios de petróleo no Brasil, que elevou o ganho econômico do país como um todo.