O golpe de Estado trata sempre de deixar a carta da intervenção militar como uma possibilidade real contra os direitos democráticos. Para isso, usa seus órgãos oficiais de imprensa, majoritariamente a Globo de abrangência nacional e internacional, e também a Rede Cultural: emissora oficial do tucano Alckmin.
Em tempos de comissão da verdade e justamente no dia que veio a público documentos dos porões da ditadura, em que Geisel e Figueiredo se articulam para executar a população brasileira, a Rede Cultura lança uma enquete sobre uma possível intervenção militar.
Os termos da enquetes são os seguintes: “Você seria a favor de um golpe militar para frear a escalada da criminalidade?” Vincular um golpe militar com a possibilidade de controle do problema da criminalidade é, na melhor das hipóteses, uma abominação contra o povo brasileiro.
O Rio de Janeiro é um exemplo vivo de como nos lugares onde tem militares a violência se agrava. Mesmo com o exército na rua a violência piorou e, de uma forma diretamente ligada com as forças militares, temos o assassinato da vereadora Marielle Franco por meio de balas da Polícia Federal.
A enquete feita pela Rede Cultura, além de golpista e fascista, suja a própria história desse meio de comunicação. Na ditadura militar, houve o caso do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, que era diretor de jornalismo de Cultura. O crime realizado sob tortura, de maneira contundente, mobilizou a opinião pública contra os militares e a partir de então a ditadura entrou em uma grande defensiva até ser derrotada pela população.
Para conter essa marcha golpista é preciso derrotar o golpe. Libertar Lula e anular o impeachment de Dilma é imperativo para conter a escalada golpista. Greve geral já e por tempo indeterminado antes que os golpistas avancem para uma ditadura militar.