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Bolívia

Golpistas tentam cassar candidaturas do MAS, favorito nas eleições

A extrema direita golpista busca legitimar seu retorno ao controle do Estado através da fraude eleitoral, impugnando a principal candidatura da esquerda boliviana

A ofensiva reacionária da extrema direita fascista vem se colocando como um fenômeno político cada vez mais presente em todo o continente latino americano. Em vários países da América do Sul, da América Central e do Caribe, os governos compostos por partidos e/ou frentes da esquerda nacionalista estão sendo escorraçados do poder por manobras golpistas engendradas pelos representantes políticos das classes possuidoras, os capitalistas exploradores, seus partidos, os tribunais e a imprensa venal pró-imperialista.

Rejeitada pelas massas e sem qualquer mínima aceitação entre os setores populares, a direita golpista se vale dos mais sórdidos e antidemocráticos recursos para retomar o controle do Estado, apoiando-se nas forças sociais e políticas mais abjetas e retrógradas da sociedade, particularmente nas Forças Armadas, a instituição que continua sendo o fiel da balança de todos os regimes políticos na América Latina, sejam eles de direita, ou mesmo da esquerda, da mais moderada à intitulada “radical”.

O caso mais contundente que emergiu no último período, sem minimizar os outros, se deu na Bolívia. A população pobre e explorada do País andino, em outubro de 2019, sufragou, para um quarto mandato, o indígena Evo Morales, do Movimento Al Socialismo (MAS), partido da esquerda reformista boliviana. Morales derrotou o candidato da direita pró-imperialista, Carlos Mesa, apoiado por toda a extrema direita, a burguesia reacionária das regiões ricas e prósperas do País, os generais golpistas e, obviamente, a Casa Branca.

O resultado das eleições de outubro de 2019, que legitimou o candidato do MAS para mais um mandato, não foi reconhecida e aceita pelo conjunto das forças reacionárias bolivianas, que convocou a extrema direita para torpedear o resultado eleitoral, ocupando as ruas das principais cidades, atacando os eleitores e a militância de esquerda do País. Neste contexto, contando com a capitulação do MAS e de Morales, os militares anunciaram, ao vivo, o golpe de Estado, hipotecando apoio às elites conservadoras direitistas que organizaram uma verdadeira “frente única” pró-golpista contra a vontade soberana do eleitorado boliviano, especialmente as massas empobrecidas do campo e da cidade que apoiaram a candidatura de Evo Morales.

Sem que houvesse uma luta tenaz e decidida, por parte do MAS, para derrotar a extrema direita, o caminho ficou aberto para o avanço e a consolidação do golpe. Neste momento, depois de uma série de investidas e ameaças dos fascistas altiplanos contra a esquerda, e em particular contra o próprio Evo Morales, o regime golpista manobra e avança no sentido da convocação de novas eleições, que tudo indica será mais um espetáculo de pura e grotesca encenação farsesca, na medida em que está em curso toda uma concertação para impedir o registro das candidaturas do MAS, sendo a principal delas de Luis Arce, indicado a concorrer ao cargo de Presidente da República.

As “novas” eleições bolivianas estão marcadas para o dia 03 de maio e até lá está mais do que claro que as forças golpistas derrotadas nos últimos quatro pleitos farão de tudo para impedir a candidatura do principal nome da esquerda, Luis Arce, do MAS, que lidera todas as intenções de voto para o cargo máximo do País. É insofismável que a burguesia golpista, os governos reacionários direitistas do continente e o imperialismo não querem um novo governo de esquerda na Bolívia e irão manipular todo o processo eleitoral para impedir uma eventual vitória do candidato popular apoiado pelas massas exploradas do País altiplano.

Portanto, esta é a real situação vivenciada em todo o continente latino. A direita golpista e a burguesia, muito distante de qualquer veleidade democrática, ou qualquer outra consideração de natureza moral sobre a política, a democracia, as instituições e o Estado de direito, defende seus interesses a partir daquilo que ela considera importante para si, para a preservação da sua existência material enquanto classe. O mesmo não acontece com a esquerda e seus representantes político-partidários, que alimentam ilusões e posturas morais abstratas, alheias à luta de classes, aos interesses materiais que dão vida ao movimento da sociedade.

O caso boliviano deve ser assimilado em toda a sua plenitude e profundidade para que o conjunto da esquerda continental desperte da longa hibernação política em que se encontra. Todo o aparato institucional, político e jurídico do Estado burguês, independente da forma como ele se apresenta, foi erguido e existe para dar sustentação e agir em defesa dos interesses dos capitalistas, dos exploradores, dos usurpadores e não para atender aos interesses de “toda a sociedade”, como muitos esquerdistas querem fazer crer. A democracia não está aí para fazer o bem a todos os cidadãos, ela existe e funciona para respaldar e legitimar a dominação de classe, para legitimar a exploração e o jugo do capital.

Neste sentido, o “Tribunal Supremo Electoral” boliviano trabalhará para inabilitar o principal candidato da esquerda, o que irá se constituir em mais uma farsa eleitoral no continente, onde já há dezenas de outros casos semelhantes em que a extrema direita, diante da rejeição popular, busca atalhos golpistas para viabilizar seus interesses.

 

 

 

 

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