Há quase duas semanas a população do estado do Amapá encontra-se às escuras, com o fornecimento de energia elétrica suspenso na maioria das cidades. Até mesmo as eleições municipais que será realizada no dia 15 em todo o país foram adiadas no estado em função da ausência mínima de condições técnicas e materiais que permitam a realização do pleito.
Acesso a documentos do Ministério de Minas e Energia revelam, no entanto, que muito distante de haver ocorrido um acidente – como querem fazer crer e sustentar os responsáveis por este golpe contra a população do estado – o apagão no Amapá era perfeitamente evitável e que os principais órgãos do setor elétrico do Brasil tinham conhecimento dos riscos que as condições de funcionamento dos equipamentos ofereciam ao estado.
Ainda de acordo com registros do Ministério de Minas e Energia , do Operador Nacional do Sistema (ONS) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informações dão conta que a subestação de Macapá operava no limite da capacidade há cerca de dois anos. Mais ainda, os documentos mostram também que “não haveria condições de religar imediatamente a rede caso dependesse de um transformador sobressalente, cuja indisponibilidade havia sido reportada ao ONS há 11 meses” (Portal IG, 13/11).
A situação de descalabro e calamidade social verificada não somente por este episódio no Amapá (de extrema gravidade), mas por inúmeros outros fatos país afora no que diz respeito aos direitos e ao acesso da população aos serviços essenciais (energia, transporte, saúde, educação, saneamento) nos coloca diante da única conclusão que parece ser irrefutável: As privatizações que ocorrem no país implementadas pelos governos neoliberais direitistas (Collor, FHC, Bolsonaro) representa um duro ataque à soberania nacional, assim como aos interesses da população, especialmente às camadas socialmente mais vulneráveis, que dependem dos serviços prestados pelo estado.
A barbárie social instalada no Amapá por ocasião da pane geral no setor elétrico, motivada pela política criminosa de privatizações que os neoliberais golpistas implementam no pobre estado, dá a exata dimensão do que irá ocorrer em todo o país com a entrega das principais estatais do setor de serviços.
A luta para barrar a ofensiva reacionária da extrema direita e da direita golpista contra a entrega dos ativos nacionais ao capital privado imperialista passa por erguer bem alto a bandeira do Fora Bolsonaro: não à frente ampla; não aos acordos eleitorais e não eleitorais com os setores direitistas e seus partidos, inimigos do país e do povo trabalhador.