No último dia 21, o governo golpista de Bolsonaro divulgou a lista das 17 estatais que pretende privatizar. Oito já estavam no programa de privatização, o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) está entre as que foram incluídas, o que acende a luz vermelha para os trabalhadores da informática do setor público.
Conforme informações do site da instituição, O Serpro é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Economia (antigo Ministério da Fazenda), tendo sido criada em 1º de dezembro de 1964 com o objetivo de modernizar e dar agilidade a setores estratégicos da Administração Pública no país.
A empresa, que tem como negócio a prestação de serviços em Tecnologia da Informação (TI) e Comunicações para o setor público, é considerada uma das maiores organizações públicas de TI no mundo. Entre os programas desenvolvidos pelo Serpro estão a declaração do Imposto de Renda via Internet (ReceitaNet), a nova Carteira Nacional de Habilitação, o novo Passaporte Brasileiro e os sistemas que controlam e facilitam o comércio exterior brasileiro (Siscomex).
O Serpro tem sede em Brasília, possui regionais em 11 capitais (Brasília, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Florianópolis) e escritórios em todos os estados da federação. Abrange cerca de 10 mil empregados em mais de 330 municípios do país.
Seu principal mercado de atuação são as finanças públicas (Ministério da Economia, suas secretarias e demais órgãos), o que corresponde a cerca de 80% dos negócios da Empresa. Também atua no Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
A base operacional do Serpro abrange todo o território nacional, ultrapassando um bilhão de transações online anuais. Siscomex, RAIS, Renavam, Siafi, Siape, IRPF, Receitanet, Rede Governo, Siafem, Siapenet, Siorg, SIR entre outras siglas e expressões que fazem parte da vida dos cidadãos brasileiros, das empresas e dos governos. Além disso o Serpro também é a Autoridade Certificadora da Infra-estrutura de Chaves Públicas brasileira (ICP-Brasil).
Uma empresa que possui os dados financeiros da quase totalidade das centenas de milhões de brasileiros, bem como dos dados do governo. É até difícil mensurar a importância da empresa, a complexidade da sua atuação e o interesse dos capitalistas em destrui-la. O fato da empresa existir desde 1964 (ditadura militar) e agora correr o risco de ser desmantelada mostra que Bolsonaro é mais entreguista que os presidentes militares da ditadura, que diga-se de passagem foi muito entreguista. Privatizar o Serpro, portanto, significa tirar uma quantidade absurda de dados estratégicos (como os dados financeiros dos brasileiros) das mãos do Estado brasileiro e entregar para a iniciativa privada usar e controlar como bem entender. É um ataque sem precedente ao povo brasileiro e deve ser combatido com a organização dos trabalhadores contra o governo antinacional de Bolsonaro.