O secretário de educação do DF, João Pedro Ferraz, anunciou que o ano letivo de 2020 irá continuar à distância. As aulas serão retomadas obrigatoriamente a partir de 29 de junho e será usada a plataforma Google Sala de Aula com pacote de internet oferecido gratuitamente aos estudantes de escolas públicas.
Segundo o secretário, o governo do DF está trabalhando para que a maior quantidade possível de estudantes tenha acesso às aulas. Ele disse: “Se o estudante não tiver internet, entregaremos o conteúdo pela televisão. Se não tiver televisão, vamos tentar levar materiais de estudo até a casa dele”.
A educação à distância (EaD) se popularizou nos últimos anos no Brasil como um meio barato de acesso ao ensino superior da população trabalhadora que, em primeiro lugar, não teve acesso a uma educação preparatória aos concorridos cursos universitários públicos e, também, que não tem tempo e/ou meios econômicos para se dedicar a um curso universitário presencial. Os cursos à distância em universidades privadas são um verdadeiro faz-de-conta. Professores fingem que ensinam e estudantes fingem que aprendem. Tudo a um preço em conta para se conseguir um diploma de curso superior.
Não é de hoje que os capitalistas tentam enfiar esse sistema nos ensinos médio e fundamental, sob o pretexto de facilitar o acesso ao ensino. Na verdade, eles não investem em educação, salário, infra-estrutura, em nada. Eles só pensam na economia que terão se cada aluno ficasse em sua própria casa estudando como aqueles infames cursos técnicos via correio de antigamente.
O olhar sobre o EAD deve ser feito a partir de um regime político que sucateia há muitos anos o sistema público de educação. Os ataques dos governos estaduais e federal contra a educação são cada vez maiores, diminuindo a qualidade do ensino, fechando escolas e cortando salários e vagas de trabalhadores.
A quarentena das pessoas nestes tempos de coronavírus é uma desculpa que a burguesia quer aproveitar para avançar os ataques a todo tipo de ensino público. Existe um plano claro de destruição do ensino. O EAD significa corte de orçamento e diminuição drástica da qualidade do ensino. Duas coisas que a burguesia tem como objetivo.
Fica claro na declaração do secretário de educação do DF que a ideia é mostrar que o governo tomou alguma atitude frente à pandemia. A solução encontrada é cínica porque não soluciona o problema de alunos que não possuem internet, ao disponibilizar aulas pela televisão retira o direito do aluno à plataforma interativa da internet. Sem falar naqueles que não tem nenhuma das opção tecnológicas e terão de ir atrás de apostilas.
O governo Ibaneis, não é só na educação, é um inimigo do povo e deve ser combatido. Os estudantes precisam de mobilizar pelo Fora Ibaneis! e Fora Bolsonaro! Só assim a onda golpista irá começar a baixar e a situação começará a se reverter a favor da população trabalhadora. A esquerda deve combater frontalmente a substituição do ensino presencial regular pelo EAD e lutar pelo cancelamento do ano letivo até que as condições sanitárias estejam seguras para o retorno às salas de aula.