O juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, anunciou no último dia 23, que recebeu denúncia e abriu ação penal por suposta organização criminosa envolvendo dirigentes do Partido dos Trabalhadores, que integraram seus governos nacionais.
Passam a ser réus na ação os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, os ex-ministros Antônio Palocci e Guido Mantega, além do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e a presidente do PT, senadora, Gleise Hoffmann. Também são arrolados o ex-ministro da Comunicação, Paulo Bernardes e o ex-secretário da Comunicação Social de Dilma e atual prefeito de Araraquara.
Trata-se de uma das maiores e mais fraudulentas denúncias contra o PT. Deixa claro que embora setores da esquerda se esforcem para buscar uma política de colaboração com os golpistas, a direita não está disposta a dar tréguas. Pelo contrário, segue firme na sua política de atacar o PT, toda a esquerda e as organização política dos trabalhadores. E impor sua política de ataques contra os explorados em favor dos interesses do grande capital estrangeiro e “nacional”.
A acusação contra os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e a cúpula do PT, busca – além de dar continuidade à perseguição política a Lula, preso há quase oito meses – criar condições para incriminar todo o Partido, sob a acusação feita sem qualquer base material ou provas, de que o mesmo seria uma organização criminosa. O que pode servir como pretexto para tentar colocar o partido na ilegalidade. Como anunciou o jornal espanhol El País, “o PT fica na denúncia como o principal autor do maior esquema de desvio e lavagem de recursos públicos na história recente do Brasil“, com os denunciados sendo acusados de receberam um total de 1,5 bilhão de reais em subornos, em favor do Partido.
Já nesta segunda (dia 26), a Força Tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo, agindo no mesmo sentido, denunciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo suposto crime de lavagem de dinheiro, sob a absurda acusação – mais uma vez, sem qualquer prova – de que o mesmo recebido R$ 1 milhão para intermediar discussões entre o governo de Guiné Equatorial e o grupo brasileiro ARG para a instalação da empresa no país. Em outras palavras, o crime de Lula, teria sido agir para beneficiar uma empresa brasileira em outro continente; um “crime” (para os defensores do governo de apoiadores do imperialismo norte-americano) que só se justificaria mediante suborno.
Em tais condições, a política da direita do PT e demais setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa de buscar um “entendimento” com a direita golpista e de abdicar de qualquer luta contra o golpe e, destacadamente pela liberdade de Lula, equivale. um verdadeiro suicídio político, a tentar conduzir para um beco sem saída todo o movimento de luta dos trabalhadores, da juventude e demais setores explorados.
A experiência concreta recente comprovou que a política de buscar se defender por meio de inúteis iniciativas judiciais e parlamentares nem de longe abrem qualquer perspectiva para sequer conter a ofensiva da direita.
O caminho para enfrentar essa ofensiva, passa – necessariamente – por enfrentar e superar essa política de derrotas. Por impulsionar uma verdadeira mobilização contra o regime golpista, no único terreno em que os explorados e suas organizações podem ser vitoriosos, no da mobilização nas ruas.
Também já ficou comprovado, à exaustão, que não adiante dispersar o potencial de mobilização, a força dos trabalhadores e de suas poderosas organizações de luta e da esquerda, em ações contras ações específicas dos golpistas. É preciso unificar e centralizar a iniciativa contra o regime golpista em uma luta pela liberdade de Lula e de todos os presos políticos, pelo fora Bolsonaro e todos os golpistas, organizando e impulsionando uma mobilização a partir dos comitês de luta por local de trabalho, estudo e moradia.
A defesa de Lula, nesse sentido, é uma poderosa arma de autodefesa do PT e da esquerda em geral, e de contra ataque contra a ofensiva da direita; capaz de mobilizar amplas parcelas dos trabalhadores e da juventude em todo o País.