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Privatizando aos poucos

Golpistas demitiram 25% de funcionários de estatais em 6 anos

Os resultados do golpe de 2016 se tornam cada vez mais claros, e a perspectiva é devastadora.

Segundo o Ministério da Economia, do início de 2015 até março deste ano, 25% dos funcionários de estatais brasileiras foram demitidos. Somando os números do Banco do Brasil, da Petrobras, da Eletrobras, dos Correios e da Caixa, as maiores estatais federais do País, cerca de 111 mil funcionários foram cortados de seus serviços nos últimos 6 anos.

O Panorama das Estatais, órgão responsável pelos dados, registra a permanência de 327.397 funcionários. Ou seja, aproximadamente um em cada quatro trabalhadores foram demitidos somente nesta época.

O período retratado não é, de forma alguma, uma coincidência. Em 2015, o processo golpista já estava a todo vapor. O governo de Dilma era completamente minado pela direita, cedendo, então, à imposição da burguesia da adoção de políticas cada vez mais neoliberais como forma de preparar o bote em 2016. Desde então, os ataques aos trabalhadores brasileiros foram se tornando cada vez mais frequentes.

Acima de qualquer coisa, a demissão generalizada de funcionários das estatais vem como uma manobra clássica da burguesia: sucatear para depois privatizar. É um projeto, e não um acidente do acaso. Não é à toa que as principais baixas são contabilizadas na Petrobras (-42%) e na Eletrobras (-45,8%). A primeira é alvo do imperialismo há muito, e a segunda acaba de ser privatizada após duras investidas dos inimigos do povo.

A burguesia utiliza a desculpa de que tais empresas já não são mais lucrativas – algo recorrentemente refutado, vide a situação dos próprios Correios. Por conseguinte, extingue cargos considerados desnecessários, improdutivos. É um lúcido processo de destruição das condições de trabalho dos trabalhadores. Afinal, para que servem 10 operários quando apenas 1 pode fazer o mesmo serviço, trabalhando dez vezes mais pelo mesmo salário? É aí que as estatais começam a rastejar. A burguesia tira-lhes as pernas e depois propaga que salvou a empresa ao entregá-la às doces mãos do capital estrangeiro (leia-se imperialismo).

Por mais que a crescente crise econômica brasileira tenha contribuído para este fenômeno, não é de maneira direta, acidental. A crise em si faz parte de um projeto do imperialismo, a burguesia apenas se aproveita da devastação deixada pela mesma para coletar os espólios que, nesse caso, se materializam por meio da privatização generalizada do patrimônio nacional. Ou seja, como sempre: capital. Esta tese é ainda mais fortalecida à luz do absurdo enriquecimento da burguesia durante a pandemia, consequência direta do fato de que, pela primeira vez na história, mais brasileiros estão desempregados do que com emprego.

Neste ponto, vale nos voltarmos à experiência de nossos companheiros ao lado. A política de golpes é imperialista e, portanto, global. Com isso, vimos, ao longo do século XXI a derrubada de uma série de governos nacionalistas em toda a América Latina. Verifica-se, assim, condições similares em quase todos os países ao redor do Brasil.

Além das estatísticas fornecidas pela burguesia, o mesmo panorama se confirma nas ruas. Durante mutirões de bairro, atividade defendida na prática pelo PCO, é corriqueiro o relato do desemprego, da miséria e do total abandono dos trabalhadores por parte do estado burguês. A crise é material, e quem mais sofre seus efeitos na pele é a classe operária, principalmente durante a atual crise do coronavírus que, sob a gestão da burguesia, já resultou na morte de mais de meio milhão de pessoas.

Fica claro, então, que a política golpista é a principal responsável pela situação aqui noticiada. Isso nos mostra que o golpe que se iniciou em 2013-2014 e derrubou Dilma Rousseff, acima de tudo, continua em marcha. Ainda mais agora que a luta operária contra o golpe está tomando forma é que os golpistas não vão parar. O objetivo é direto e claro, e não resulta em algo senão no desmonte do estado brasileiro e na dominação dos trabalhadores por parte do imperialismo estadunidense.

Prova disso é a tentativa de infiltração do movimento verde e amarelo nos atos da esquerda. Cientes das consequências que tal reação contra a burguesia pode acarretar, a direita se mobiliza para acabar com toda e qualquer possibilidade de uma reversão da relação de forças no panorama político nacional. E é exatamente por isso que agora é o momento em que devemos ficar mais atentos às manobras dos ratos da burguesia e desfazê-las.

Portanto, é preciso ir às ruas contra todos os ataques desferidos pela burguesia contra a classe operária brasileira. Contra as privatizações, as demissões, a fome, pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas. Entretanto, não podemos cair no mesmo golpe utilizado em 2013 para arrefecer a revolta popular. O verde e amarelo deve ser absolutamente banido de toda e qualquer manifestação da direita. A tentativa de infiltração por parte dos golpistas deve ser combatida e completamente esmagada. Caso contrário, a luta da classe operária no Brasil, e consequentemente, no mundo, continuará sofrendo duras investidas.

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