O IBGE divulgou, na quarta-feira (24), a informação que pouco menos de 10 milhões de pessoas ficaram sem remuneração alguma no mês de maio devido a falta de uma política real do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro para combater o COVID-19. Para se ter uma noção da dimensão deste número, isto equivale a mais de 11% da população ocupada. E por população ocupada, tem-se todo e qualquer trabalhador que esteja executando alguma atividade comercial, seja de maneira formal ou informal, remunerada ou não-remunerada. No Brasil, apenas 19 milhões de pessoas foram afastadas do serviço durante a pandemia. Deste número quase irrisório perante o tamanho do problema, mais da metade está sem rendimentos, ou seja, não tem condição alguma de manter qualquer isolamento social. É como uma ameaça de morte. O que ocorrerá é que estes trabalhadores, frente as dificuldades e a incapacidade da esquerda em direcioná-los à mobilização, acabará caindo nas garras da política da direita pelo fim do isolamento social, pois esta será sua única chance de não passar fome. A realidade destes números e do aumento de infectados também mostra que as propagandas de “o isolamento está funcionando”, dos governadores e da esquerda pequeno burguesa, são uma grande mentira, pois nem os “científicos” implementaram, de fato, o isolamento. Pelo contrário, sabiam do impacto da política genocida de Bolsonaro, apoiado largamente pelos “científicos”, e nada fizeram, limitando-se a mandar a classe média ficar em casa. Agora, a situação mostra que a classe trabalhadora está entregue à miséria, sem leitos, sem médicos, sem equipamentos, sem testes e sem renda. Como já dito diversas vezes na imprensa do PCO, o isolamento, como implementado, é apenas para a classe média. Apenas 13,3% dos trabalhadores que estão trabalhando estão em regime de trabalho remoto. O número dispara para 38,3% se analisada apenas a porção de trabalhadores que possuem nível superior. Para os trabalhadores apenas com nível fundamental completo e nível médio completo, os valores são os rídiculos 1,7% e 7,9%, respectivamente. Deste modo, a inércia da esquerda pequeno burguesa se dá pelo fato de que grande parte desta, especialmente seus dirigentes, estão em posição confortável. Enquanto isto, o governo fascista implementa a corrosão dos salários e uma verdadeira destruição do estado através de privatizações. Durante a pandemia, o rendimento médio dos trabalhadores caiu, em média, mais de 18%. É esperado que isto se torne permanente, pois não há sinal de que o apetite voraz da burguesia não cesse nem durante nem após a pandemia, tornando permanente o aprofundamento dos ataques à classe trabalhadora. Ainda segundo os dados do IBGE, 36,9 milhões de pessoas procuraram ou gostariam de procurar emprego. Isto corresponde a, por volta de, 30% da população economicamente ativa. Em outras palavras, é possível dizer que quase um terço dos trabalhadores brasileiros está desempregrado. Portanto, a esquerda deve, de uma vez por todas, mobilizar a população pelo “Fora Bolsonaro e todos os golpistas!” A população está no seu limite e, em breve, o país entrará em forte ebulição. As lideranças de esquerda devem fazer o seu trabalho e liderar a classe trabalhadora, apresentando uma política real, sem recuos ou soluções parciais e sem alianças com a direita golpista!