A Assembleia Nacional Venezuelana composta apenas pela direita golpista, liderada por Juan Guaidó, presidente interino e ilegítimo, aprovou uma resolução rejeitando “todo diálogo ou grupo de contato que prolongue o sofrimento do povo “. Aos moldes do golpe que levou ao impeachment da eleita presidenta Dilma Roussef , o Legislativo agradeceu ao Grupo de Lima o apoio a Guaidó na segunda-feira em Ottawa, assim como aos países europeus que o reconhecem como presidente interino, fatos ocorridos às vésperas da reunião de um grupo de países, incluindo vários Governos da União Europeia e México, nesta quinta-feira em Montevidéu, para discutir os rumos políticos para a crise na Venezuela.
A investida da burguesia do país, aliada aos EUA e que rejeitaram os resultados eleitorais em 2013, sabota a economia e o governo desde então, promovendo violentos protestos em 2014 e 2017, com o objetivo de derrubar Maduro, para instaurar um regime fascista que destrua as organizações operárias, entregando a Venezuela ao imperialismo.
O envio de “ajuda humanitária” para ao país pelos EUA foi descrito pelo presidente eleito Nicolás Maduro, como uma “agressão” da Administração de Donald Trump. Maduro sempre se recusou a aceitar o apoio norte-americano, um dos maiores responsáveis pela crise de seu governo, embora recorra com frequência aos governos da Rússia, China e Turquia em busca de liquidez.
Se a direita se nega ao diálogo, impondo um governo não eleito ao povo venezuelano, o governo Maduro e os trabalhadores não devem insistir nesta saída, resolvendo o impasse com a mobilização revolucionária dos trabalhadores nas ruas, para derrotar o golpe. A prisão de Guaidó e dos que conspiram contra o povo, a dissolução da Assembleia Nacional e expropriação dos burgueses que boicotam a economia do país, entregando as empresas expropriadas aos trabalhadores, é a única alternativa real para a crise. Para isso, os trabalhadores devem estar constantemente mobilizados nas ruas e armados em suas milícias, aumentando o contingente de milicianos.