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Ditadura na Bolívia

Golpistas confiscam documentos e impedem Morales de se candidatar

Justiça boliviana ainda decretou prisão preventiva para a ex-chefe de gabinete e representante legal do presidente, Patricia Hermosa

A justiça boliviana decretou prisão preventiva de seis meses para a ex-chefe de gabinete e representante legal do presidente Evo Morales, Patricia Hermosa. Sob a acusação de “sedição e terrorismo”, a polícia boliviana invadiu a casa da advogada, na sexta-feira (31/01), e confiscou dois computadores e uma série de documentos de Morales que ela tinha em seu poder e a levou para a prisão de mulheres em Obrajes, La Paz. Hermosa estava encarregada de iniciar os trâmites da candidatura do presidente desposto nas eleições para o Congresso da Bolívia, previstas para maio.

Segundo o representante do Ministério Público, o procurador Rudy Terrazas, a prisão preventiva da advogada foi decretada diante do “risco de fuga e obstrução das investigações”. Hermosa é acusada por ter realizado ligações durante os protestos contra o golpe de estado para Evo Morales, o ex-ministro Juan Ramón Quintana e o dirigente cocaleiro, Andrónico Rodríguez. A investigação também implica Morales, acusado de coordenar bloqueios e cercos no país nesse mesmo período.

A defesa de Patricia Hermosa rejeitou a medida cautelar e alegou que o relatório no qual se baseia o “perigo de fuga” é de viagens de quando a ex-chefe de gabinete cumpria funções públicas.

Vale destacar que esta não é a primeira vez que Patricia Hermosa é presa pela ditadura boliviana. Em 3 de dezembro de 2019, ela foi detida para averiguação por manter contatos telefônicos com Evo Morales, nas vésperas da viagem do ex-presidente a Buenos Aires, pela qual ele trocou o asilo político no México pelo na Argentina.

Da Argentina, Morales utilizou o Twitter para denunciar a prisão ilegal de Hermosa e a apreensão de seus documentos pessoais. “A justiça na Bolívia está subordinada à ditadura. De maneira completamente ilegal, enviam à prisão minha representante legal, Patricia Hermosa.” Ele ainda denunciou a perseguição política da qual o próprio Morales e membros de sua equipe têm sido vítima, por meio de acusações da justiça sem qualquer prova e fundamento legal.

O partido de Evo, Movimento ao Socialismo (MAS), também denunciou a detenção de Hermosa e a perseguição política. “Denunciamos a injusta detenção de Patricia Hermosa baseada em acusações infundadas, e que, violando direitos humanos e garantias constitucionais, tenham enviado à prisão colocando em risco sua gravidez”.

À rádio comunitária Kawsachun Coca, Evo anunciou que denunciará o ministro de Governo de fato em Bolívia, Arturo Murillo, pelo roubo de seus documentos, bem como Iván Rojas, coronel da Força Especial de Luta Contra o Crime (Felcc) e a cinco policiais. “Sabem que cumpro todos os requisitos legais, por isso roubam minha carta de Serviço Militar. Querem me proibir para me silenciarem”, declarou.

Por um lado, nota-se o apego de Evo Morales às instituições da justiça golpista ao dizer que vai denunciar Murillo pelo roubo de seus documentos e ao buscar participar das eleições como se, nas maõs da ditadura fascista, o processo fosse confiável. A mesma justiça que acusa Evo e seus aliados de terrorismo. Ao mesmo tempo, o presidente afirma que “A justiça na Bolívia está subordinada à ditadura”. Portanto, é preciso salientar que denunciar os golpistas, confiando que as instituições sob o regime de ditadura seguirão as leis e a constituição é uma política inócua.

A justiça boliviana, sob a ditadura fascista de Jeanine Añez, vem promovendo uma intensa perseguição contra o presidente legítimo, Evo Morales e todos os membros de sua equipe de governo desde que se concretizou o golpe de estado com ajuda das milícias fascistas de Luis Carlos Camacho e pressão das Forças Armadas, em novembro de 2019. A situação é de muita repressão contra todo o povo que sai às ruas em defesa de Evo. Todos os fatos deixam evidente que os golpistas não estão dispostos a ceder, mesmo com toda a capitulação de Morales.

Para derrotar o golpe, o único caminho possível é o enfrentamento nas ruas contra o governo e o imperialismo que vem promovendo golpes em toda a América Latina, a fim de expandir o controle da riqueza desses países e torna-los novamente colônias.

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