A presidenta golpista da Bolívia, Jeanine Añez e Salvador Romero, golpista que preside o Tribunal Supremo Eleitoral, anunciaram que as eleições nacionais marcadas para 03 de maio serão adiadas. O pleito elegeria o presidente e o vice, além de 120 deputados e 36 senadores. Cogita-se a mesma medida para as eleições municipais, que ocorreriam em dezembro.
A decisão de adiamento foi tomada assim que Añez decretou uma quarentena total no país, que teve início a partir deste domindo (22). Até o momento, foram registrados 19 casos de coronavírus no país, que conta com um sistema de saúde extremamente frágil e um índice de pobreza e miséria profundos.
O verdadeiro objetivo dos golpistas com o adiamento das eleições é tentar ganhar tempo, uma vez que o candidato que lidera as pesquisas de opinião é o candidato de esquerda indicado pelo ex-presidente Evo Morales (MAS), o ex-ministro da Economia Luis Arce.
O Movimento ao Socialismo (MAS), que tem maioria na Câmara e no Senado, se posiciona contra o adiamento das eleições. Uma lei que adie as eleições teria que passar pelas duas casas legislativas, onde o MAS conta com maioria. Evo Morales, desde seu refúgio na Argentina, se posiciona contra o adiamento e exige que a data se mantenha.
A extrema-direita golpista, que chegou ao poder por meio de um golpe de Estado articulado pelo imperialismo, primeiro com apresentação de denúncia fraudulenta por parte da Organização dos Estados Americanos (OEA), seguida de mobilização de milícias fascistas, das Forças Armadas e de elementos do interior das polícias, com intimidações e assassinatos, busca ganhar tempo e se encontra diante de um profundo descrédito por parte da população.
O coronavírus não passa de um pretexto por parte da extrema-direita para tentar impedir as eleições, que, mais uma vez, demonstrarão o repúdio da população aos golpistas.