Na última terça (19), o comando da Petrobras deu um passo adiante na entrega da refinaria no Rio Grande do Sul (Refap), como forma de continuar dilapidando o patrimônio público e entregando-o para as mãos da burguesia.
A refinaria Alberto Pasqualini (Refap) está sendo negociada com a Ultrapar participações e, segundo o grupo Globo, o consórcio Ultra. A Ultrapar é um veículo de investimentos que controla a rede de combustíveis Ipiranga e está próximo de efetuar a transação, apesar de outras empresas demonstrarem interesse nesse grande empreendimento capitalista.
Muito semelhante à refinaria da Petrobras em Araucária-PR, a Repar, conhecida também como Getúlio Vargas, que recebeu propostas para a sua aquisição, assim como várias outras por todo o país. Outros grupos empresariais estão interessados na aquisição dessa e de outras empresas da Petrobras, como o grupo Ultra, composto pela Ipiranga, Ultragaz e Ultracargo, que atua com maior vigor nessa direção, assim como o grupo de investimento Mubadala, entre outros nos bastidores do golpismo.
As refinarias como a Landulpho Alves na Bahia, Isaac Sabbá no Amazonas, a empresa de derivados e lubrificantes de petróleo no nordeste – Lubnor; a unidade de industrialização de Xisto – SIX no Paraná, a Abreu Lima em Pernambuco – Rnest; e a refinaria Gabriel Passos – Regap de Minas Gerais, são todas as empresas que estão na mira da entrega ao setor privado com baixíssimo custo de aquisição para os capitalistas e grandes prejuízos à sociedade brasileira, numa degradação econômica e social profunda.
O golpe de Estado no Brasil segue seu curso sob a tutela do imperialismo no “comando” do boneco de ventríloquo fascista Jair Bolsonaro e seus asseclas. A maior empresa nacional, antes mesmo do golpe de Estado vem sofrendo ataques constantes do imperialismo, principalmente a partir da espionagem da dupla “democrata” Obama e Biden, ainda no governo Dilma (PT).
A Petrobras desde a sua concepção foi uma afronta ao imperialismo, ainda no segundo governo Vargas no início da década de 1950. A campanha “O petróleo é nosso” bateu de frente com os interesses dos grandes conglomerados multinacionais da indústria petrolífera, mas, à revelia de toda a pressão das grandes empresas multinacionais americanas e inglesas, em 1953 a Petrobras foi inaugurada!
A partir da década de 90, nos governos de Fernando Collor e de Fernando Henrique Cardoso (FHC), PSDB, os ataques neoliberais passaram a ser mais incisivos na direção da privatização da maior empresa nacional e mais avançada do mundo em termos tecnológicos na exploração de petróleo em águas profundas. Uma ação orientada pelo imperialismo no “Consenso de Washington”.
Isso explica porque as constantes privatizações fatiadas da Petrobras, com suas refinarias, seguiram seu curso apesar dos governos do PT, com Lula e Dilma, que não conseguiram em nenhuma medida reverter essa tendência liquidacionista. Com a crise do capitalismo contemporâneo ainda mais acentuada com o golpe de Estado de 2016, tornou-se urgente às demandas do imperialismo aumentar seu lucro e acumulação. O que ficou expresso na chegada do golpista de plantão e ocasião, Michel Temer, que à frente da presidência, promoveu a nova ofensiva contra a Petrobras.
Neste momento, mesmo diante da dificuldade do governo Bolsonaro em implementar integralmente o programa neoliberal da burguesia, iniciado por Temer, a Petrobras vem sendo fatiada para enfraquecê-la e preparar a sua privatização completa. É desta forma que a Refap, bem como as demais subsidiárias, que pertencem a Transpetro (Petrobras Transportes), a BR Distribuidora, bem como suas participações, como no Gasbol (Gasoduto Brasil/Bolívia) e em diversas outras áreas, vem sendo liquidadas.