Neste sábado (29/12), o indígena Thocron Kayapó, foi assassinado com golpes de facão em todo o corpo, no município de Ourilândia do Norte (PA), próximo à Aldeia Turedjan, onde morava. Os Kayapó já sofrem há anos com a contaminação dos rios da região, devido ao avanço irregular da mineração, provocando desde dermatites a má-formação fetal nas populações ribeirinhas.
O genocídio contra os povos indígenas avança, conforme o golpe de Estado se consolida. Para garantirem suas margens de lucro, os grandes capitalistas exigem cada vez mais terras , desrespeitando a floresta e a população que dela depende para sobreviver.
No mês de setembro, o Conselho de Direitos Humanos da ONU acolheu denúncia sobre o genocídio indígena brasileiro e recomendou demarcação das terras e políticas compensatórias. A média de assassinatos a índios no Brasil era de 56 por ano, entre 2003 e 2014. Com o avanço dos ruralistas, este número duplicou nos anos seguintes. Só no Mato Grosso do Sul, as invasões de áreas indígenas subiram de 59 para 96 ocorrências, em 2017. A taxa de suicídio também subiu 20% no período. O gráfico a seguir, sobre as mortes de sem-terra, quilombolas e indígenas durante lutas por terra, ilustra o profundo impacto do golpe na violência no interior brasileiro.
Trata-se de um processo exploratório que, obviamente, dura 500 anos, mas que os golpistas têm conseguido aprofundar nos últimos anos. Cabe lembrar que Bolsonaro declarou, em diversas oportunidades, que não irá demarcar terras indígenas e pretende, inclusive, acabar com os 129 processos demarcatórios em andamento.