Cada dia que passa fica mais urgente para o imperialismo americano consolidar a situação da América Latina em seu favor. Uma guerra infinita contra o oriente-médio da qual, apesar das horríveis chacinas e montanhas de dólares investidas, eles vêm perdendo cada dia que passa, tendo que enfrentar uma frente sólida com Rússia, China, Iran e Síria; dívidas e mais dívidas em relação à China; e a crise interna são os fatores que fazem com que os EUA invistam fortemente nos golpes que eles vêm dando nos países latino-americanos.
Cuba, Venezuela e Nicarágua são pilares da resistência frente ao imperialismo norte-americano. O primeiro é a ameaça consolidada mais antiga dos norte-americanos, desde a revolução de 59 vêm encarando derrota atrás de derrota na pequena ilha ao sul de Miami.
Fidel, que morreu de velhice no ano passado, é o símbolo latino-americano anti-imperialista junto ao seu companheiro de guerrilha Ernesto “Che” Guevara. Seu irmão Raul afastou-se da governança de Cuba no início do ano, passando a bola para Miguel Díaz-Canel, o ex-primeiro-vice-presidente de Cuba, através de uma eleição que o empossou do cargo dia 19 de abril de 2018. Miguel se mostrou inflexível para mudanças na maneira com a qual Cuba vinha sido governada, foi caracterizado como fortemente ideológico, o que é um péssimo sinal para os americanos que viram na morte de Fidel uma pequena esperança de botar as garras na Ilha.
A Venezuela também tem se mantido firme e forte diante das investidas dos Estados Unidos, que por meio de diversos ataques internacionais, têm tentado passar a imagem de que o país está passando por uma forte crise humanitária, que os venezuelanos estão passando fome e o país está em estado de calamidade, e os venezuelanos seriam contra o governo “ditatorial” de Maduro. A verdade é que a Venezuela tem tido diversas dificuldades para enfrentar as sanções econômicas que os EUA impuseram para eles, a principal fonte de renda do país é a exportação de petróleo, comodities cujo preço caiu muito desde o final de 2014, voltando ao preço que tinha em 2009 e em 2016 alcançando o preço mais baixo das duas últimas décadas. Só desde então voltou a subir aos poucos, porém estando longe ainda do preço que estava no final de 2014. Junto a isso soma-se o embargo que os próprios empresários venezuelanos do ramo alimentício tem feito, a mando dos americanos, para botar em crise o governo popular de Nicolás Maduros, sem esquecer do cambio pirata que os banqueiros venezuelanos andam realizando para desvalorizar o Bolívar (moeda venezuelana) e prejudicar o poder de compra da Venezuela que depende muito de importações, ação a qual a Venezuela respondeu prendendo esses banqueiros criminosos.
Por ultimo, a Nicarágua, que vem sendo governada pelo ex-guerrilheiro sandinista Daniel Ortega desde 2007, também vem sofrendo fortes ataques dos meios de comunicações internacionais que divulgam o tempo todo matérias atacando Ortega e dizendo que seu governo seria impopular, mas sabemos que assim como foi no Brasil e nos demais países latino-americanos não passa de uma manobra para justificar a política imperialista.
Frente a esse cenário problemático para os EUA, onde apesar das incansáveis investidas há uma enorme dificuldade de se apossar da política desses países, o vice-presidente americano, Mike Pence, declarou na última quarta (2) durante a posse do novo embaixador americano na OEA (Organização dos Estados Americanos), Carlos Trujillo, que “trabalhar pala liberdade em cuba Nicarágua e Venezuela” é a prioridade para os americanos nesse momento. Trujillo, um forte apoiador do governo Trump, frisou que esse será seu principal objetivo, e que sua responsabilidade na OEA será trabalhar para “forjar alianças mais fortes em prol dos interesses dos Estados Unidos”.
Uma das primeiras ações de Trujillo foi, junto a uma instância da organização, botar a “crise venezuelana” na pauta da próxima assembleia geral que ocorrerá dia 4 e 5 de junho em Washington. Ele disse que Maduro precisa aceitar uma intervenção “humanitária” no país e que caso não fosse aceita eles deveriam impor uma resolução que condene o país sul-americano, e que em conjunto com os outros países está se traçando um esbouço dessa resolução. Ele julga também que a fala de Mike Pence na OEA nessa próxima segunda (7) ajudará a fortalecer as decisões dos outros países em prol dos EUA.
Resumindo, após o golpe ter sido dado no Brasil, Argentina, Equador, Paraguai etc. além dos demais países que já estavam sob a influência norte-americana, eles precisam da influência desses países para dar o golpe nos últimos pilares de resistência anti-imperialista latino-americana, e concretizar a total subordinação do continente a política americana.