Nessa terça-feira (22), a imprensa golpista dava como certa a indicação por Bolsonaro do segundo colocado nas eleições para reitor na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Pelas normas vigentes, a universidade apresenta ao governo uma lista com os três candidatos mais bem colocados nas eleições. Cabe a Bolsonaro indicar quem vai ser o reitor da UFTM e de, pelo menos, mais onze universidades federais em seu primeiro ano de governo.
Desde o governo Lula (2003-2010), a prática vem sendo a de manter o primeiro colocado da lista e conduzi-lo ao cargo de reitor. Seguindo o mesmo conceito, Lula e Dilma nomearam os chefes do Ministério Público, reitores e outras autoridades sem ignorar as decisões coletivas das instituições. Obviamente, que escolha do primeiro colocado atende a uma lógica mais democrática.
Curiosamente, Bolsonaro, seus seguidores e, mais recentemente, seus ministros, acusam reiteradamente o Partido dos Trabalhadores (PT) de ter “aparelhado” o Estado, fazendo-o funcionar alinhado a sua própria ideologia. Entretanto, na primeira oportunidade, Bolsonaro irá barrar Fábio Fonseca, que já foi filiado ao PT e ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), e que ficou em primeiro lugar na eleição para a reitoria da UFTM.
Assim, a reitoria deve ficar com Luiz Fernando Resende dos Anjos, que tem entre os fatos mais destacados de sua biografia a acusação de favorecimento em concurso para professor na UFTM. Anjos nega as acusações, mas ação segue na segunda instância por iniciativa da Procuradoria da República que não concordou com a absolvição em primeiro momento.
O reitor que Bolsonaro vai nomear ficou em segundo lugar na eleição, ou seja, é uma quebra do padrão, embora não seja ilegal. Ele fez isso para que o primeiro lugar, que é de esquerda, não assumisse.
A política do PCO para as eleições universitárias é a seguinte: deve ser eleito um governo tripartite, com total democracia universitária, no qual os estudantes tenham a maioria dos representantes, depois os funcionários e depois os professores.
É preciso defender a mais completa autonomia universitária diante do Estado burguês. A Universidade é local de organização dos estudantes, de livre pensar e de democracia estudantil. O controle do Estado sobre a Universidade é uma ditadura contra o movimento estudantil e popular.