Desde antes do Golpe de estado de 2016, que depôs a presidenta eleita com mais de 54 milhões de votos, a situação dos funcionários públicos dos estados e das prefeituras brasileiras já não era fácil.
Com a derrubada de Dilma, que demonstrou cabalmente que as eleições e o voto popular no Brasil não possuem valor nenhum, a situação tem se agravado e deixado milhões de trabalhadores (pais e mães de família) numa situação de total abandono e desespero.
Em diversos estados do país, como Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, os governos afirmam estar “no vermelho” e sem capacidade de pagamento de um dos direitos mais fundamentais dos trabalhadores, o décimo terceiro salário.
Apenas nesses estados, o valor das isenções fiscais concedidas a grandes empresas, como H. Stern, Amsterdam Sauer, AMBEV, JBS, Riachuelo, Boticário, Natura, Votorantim, Rede Globo e outras quase 5 mil empresas, apenas de 2016 em diante, ultrapassa a marca dos R$ 100 Bilhões, o que daria para pagar mais de 15 folhas de 13º salários nos estados.
A contrapartida para tantas isenções fiscais, que deveria ser a geração de empregos, claramente não existe, uma vez que o Brasil encontra-se com o maior índice de desemprego da série histórica desde 2002, que estava em 12,6% da população economicamente ativa e encontra-se em 12,8% atualmente, segundo os métodos extremamente contestáveis e manipulados do IBGE.
Se levarmos em conta o número de trabalhadores subutilizados, ou seja, que trabalham menos de 40 horas semanais de maneira informal (famoso “bico”), esse índice sobe para quase 28% e engloba mais de 27 milhões de pessoas.
Eleito por uma fraude eleitoral, que se tornou ainda mais clara após a nomeação do juiz Moro para o ministério da justiça (Moro foi quem tirou do jogo político o ex presidente Lula, que podia vencer as eleições em primeiro turno), o governo Bolsonaro pretende levar essa agenda neoliberal de esmagamento da classe trabalhadora adiante, com a retirada sistemática de direitos dos trabalhadores como férias e décimo terceiro –como afirmou o General Mourão em entrevista– e com um imenso conjunto de privatizações como tem indicado à imprensa o futuro super ministro da economia (ministério que unificará economia, fazenda, planejamento e indústria), o banqueiro Paulo Guedes.
Como ficou demonstrado, não iremos vencer essas investidas do regime golpista sobre a classe trabalhadora no voto. Precisamos de uma ampla mobilização dos setores dos trabalhadores organizados em Comitês de Luta Contra o Golpe, nas organizações populares, nos sindicatos e nos partidos políticos.