Passados quatro dias após ser eleita vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner já conta com mais um processo judiciário. De acordo com o arauto da burguesia argentina, o jornal Clarín, as acusações são por suposta prática de suborno e cartel em obras públicas. Já é o décimo primeiro processo contra a vice-presidente. A confirmação foi dada pela Justiça Federal argentina, na tarde de terça-feira (29).
Segundo a Justiça Federal, “o mecanismo implementado para permitir a deliberada distribuição de obras públicas tinha como fim último nutrir fundos à associação ilícita comandada e estruturada pelos entes nomeados”.
No total, somam-se sete acusações de más práticas. Outras duas já foram rejeitadas, uma sobre contratos em estradas e outro sobre contratos de compra de gás natural. Kirchner, por contar com imunidade parlamentar, terá, porém, algum tempo para se defender, não sendo, portanto, presa de imediato. Sabemos, no entanto, que em meio à crise do capitalismo e a dificuldade de laçar seus representantes mais experimentados e confiáveis, é mister a utilização do aparato judiciário pela burguesia golpista. De acordo com a legislação argentina, um vice-presidente só pode ser removido do cargo sob autorização do Senado, em julgamento político.
Cristina Kirchner veio como vice de Alberto Fernández, que apesar de ser do Partido Peronista, – é um político ligado ao mercado financeiro. Esse fato deixa claro que a eleição não vai resolver o problema argentino. Inclusive, dependendo do desenvolvimento político, Cristina pode ser presa, assim como fizeram com Lula, o que deixaria Fernandez “livre” pra uma política sem Cristina Kirchner – permitindo uma guinada brusca à direita, para contentamento da burguesia golpista.