A perseguição às religiões de matriz africana e a seus praticantes no Brasil cresceu vertiginosamente nos últimos anos. Apenas entre o início de 2015 a o fim do primeiro semestre de 2017, foram 1.486 denúncias de intolerância religiosa recebidas pelo Disque 100 da SDH (Secretaria de Direitos Humanos da presidência da República), para comparação em 2011 foram recebidas 15 denúncias. Destas denúncias 39% dizem respeito as religiões afro-brasileiras. Não é por acaso que este aumento gigantesco de ataques e perseguição se de no mesmo momento em que se desenvolve um golpe de Estado no país.
A cultura negra no Brasil em todos os seus aspectos, e em particular as religiões de matriz africana sempre foram alvos de perseguição por parte da direita, do Estado, da burguesia. Essa perseguição é uma consequência da situação de inferioridade política, econômica e social a que o negro é submetido pela burguesia e que é assegurada pelo Estado burguês. No entanto, a períodos de maior e menor repressão e perseguição a cultura negra a depender do desenvolvimento da luta de classe. Com o golpe de Estado e a retração da esquerda e do movimento operário diante da ofensiva da direita golpista e verdadeiramente racista, as poucas conquistas do povo negro e seus direitos democráticos ficaram sob ataque cerrado.
A ideologia direita golpista, profundamente racista, reacionária, incita a violência e o preconceito contra as religiões de matriz africana, uma vez que incita a violência e o preconceito contra o negro e suas manifestações culturais de massa. O fato de a direita golpista controlar o regime político, estabelecendo um regime semi-ditatorial e golpista, aprofunda ainda mais a opressão contra o povo negro. O aumento dos ataques contra as manifestações culturais do negro é prova cabal de que o golpe é em grande medida contra o povo negro e seus direitos, para oprimi-lo ainda mais.