Desde a escolha pelo plano B, representado pela figura de Fernando Haddad, a ala direita do PT tem feito avanços dentro do partido na medida que tentam ter o completo controle da organização. No segundo turno eleitoral, com a campanha incessante para tornar Haddad palatável para os direitistas de fato e não para a esquerda de conjunto, demonstrou ainda mais que o mesmo faz parte dessa ala que hoje tenta dominar o partido.
Após a participação do processo fraudulento legitimado pelo golpe de Estado, a esquerda pequeno-burguesa e aqueles que ainda acreditam que exista democracia no estado burguês, creditam a Haddad uma figura popular, e que o mesmo deve ser o líder de uma frente democrática em oposição ao governo de Jair Bolsonaro -sendo mais uma via de luta institucional que não irá lutar contra o golpe efetivamente.
Outro ponto que destaca o avanço da ala direita dentro do partido, está na estratégia de tornar Haddad o próximo presidente do PT e assim ter o controle do mesmo. O que deixa mais escancarado o viés direitista nesta ala, está na colaboração com a pauta da imprensa burguesa que contra Gleisi Hoffman, afirma que Haddad é o novo líder que surge no partido -sendo apoiado tanto por Gleisi que representa a militância de base do partido, assim como por Lula- seja para a frente democrática, bem como para a presidência do partido.
É fato que não se sabe exatamente o que Lula pensa, mas é factível que outras figuras ao visita-lo confirmaram sua insatisfação com o andamento do processo eleitoral, em suma com a campanha conciliatória feita pelo PT. É preciso ir na contrapartida da ala capituladora do PT, que quer tornar o mesmo em um quadro de figuras pequenos-burguesas como a de Fernando Haddad, que na prática somente afundará o partido e irá permitir ataque brutal dos golpistas.