Os viadutos de todo país estão tomados por pessoas em situação de rua. Alguns protegidos por barracas, outros dormindo em colchões velhos ou mesmo um simples pedaço de papelão. E o cenário tende a piorar cada dia mais.
A pandemia de COVID-19 não trouxe apenas uma das maiores crises de saúde do século, como também aprofundou a crise econômica mundial e elevou o percentual de pessoas em situação de extrema pobreza em todo o mundo.
O cenário no Brasil não é novidade, desde 2015 o número de pessoas em situação de extrema pobreza só aumenta. A crise causada pela pandemia acentuou esse processo.
Nacionalmente, dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), estimam que de 2012 até março deste ano, a população de moradores de rua seria de 221.869 pessoas, um aumento de 140%. Os números podem ser muito maiores porque não incluem dados do período da pandemia e o IPEA considerou em sua pesquisa apenas cidadãos cadastrados em programas sociais.
Em recente estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), foi apontado que a quantidade de pessoas vivendo em situação de pobreza cresceu em mais de 8,6 milhões de pessoas. Já a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de outubro deste ano, mostrou que os 10% de brasileiros mais pobres possuíam renda domiciliar per capita de meros R$31,69 por mês no período da pesquisa, excluído o valor do auxílio emergencial (que já foi reduzido à época da pesquisa). Esses dados demonstram que a população mal tem o suficiente para prover o necessário para subsistência quem dirá manter moradia.
São vários fatores que levam as pessoas a morarem nas ruas: conflitos familiares, perda de trabalho e moradia, consumo de drogas. Contudo algo é claro, o aumento generalizado da pobreza da população e a falta de políticas públicas de amparo e garantia de direitos são os responsáveis diretos pela permanência dessas pessoas nas ruas.
E não bastam apenas criação de abrigos e serviços de acolhimentos públicos. Sem uma política consistente de saúde, educação, geração de empregos e assistência social, esses abrigos tornam-se apenas depósitos de moradores de rua, onde a realidade é escondida temporariamente, enquanto cidadãos brasileiros morrem à míngua.
É emblemático notar que os números da miséria, da fome, da indigência só aumentaram desde o golpe de 2015. Demonstram que a única preocupação dos golpistas sempre foi o próprio bolso e o bolso dos setores da burguesia que eles representam, o número de brasileiros que irão sofrer enquanto os lucros dos setores que patrocinaram aumentam nunca foram uma preocupação.
A única saída para crise econômica, a única alternativa a indigência certa do trabalhador é a organização popular, a luta contra os golpistas e o regime fascista que eles instauraram no país. Enquanto Bolsonaro e os golpistas controlarem esse país a pobreza só irá aumentar, o desrespeito aos direitos do cidadão só irá aumentar. Não existe alternativa ao brasileiro senão a luta.