No intuito de criar uma confusão meio a esquerda, o jornal O Globo disparou uma notícia de que Lula e Gleisi teriam sondado o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), para que o mesmo voltasse a antiga legenda, da qual saiu em 1994, no intuito de concorrer as eleições presidenciais de 2022.
Segundo o jornal, os dois líderes petistas teriam se reunido com Dino pouco antes da última reunião do Comitê Lula Livre, na Central Única dos Trabalhadores (CUT), onde fizeram o pedido. Ainda apontam uma conversa entre Gleisi e o jornal Valor Econômico, onde esta teria apontado o governador do PCdoB como uma alternativa e leal a causa de Lula.
Trata-se aqui de uma tentativa de confundir o eleitorado forjando uma falsa frente ampla. Dino demonstrou diversas vezes sua afinidade com o dito centrão político. Reuniu-se em várias oortunidades com a direita; FHC e Luciano Huck, são apenas os nomes notórios mais recentes. Ainda foi responsável pela entrega da Base de Alcântara assim como a aprovação da reforma da previdência, quando os governadores do Nordeste fizeram pressão para que os senadores aprovassem na calada da noite a reforma em meio ao caos político do ano passado.
Lula veio por meio de seu Twitter desconversar a notícia, declarou que:
“Pelo profundo respeito que eu tenho pelo PCdoB, pelo PT, pelo
@FlavioDino e pelo@Haddad_Fernando, jamais convidaria um membro do PCdoB para se filiar ao PT.”
A tentativa de formar um frente ampla vem de um esforço de esvaziar a autoridade política da esquerda atrelando aos setores reacionários responsáveis pelo golpe e desgastados pelo mesmo. O PT traria seu eleitorado e militância cuja polarização colocou em movimento, e a direita golpista aproveitaria para impor um programa direitas caso a frente fosse eleitoralmente vitoriosa.
A frente ampla torna-se uma carta trunfo para a direita. Ainda não abdicaram do projeto da extrema-direita, porém a instabilidade política do governo Bolsonaro pode fazer o tiro sair pela culatra favorecendo a esquerda. Com a frente, o centrão tenta garantir sua participação em um governo hipotético, podendo exercer o papel de freio para quaisquer mudança que a esquerda se preste a fazer no campo econômico ou em qualquer outro.