Na última segunda-feira, 25 de novembro, o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro fez uma declaração que acende um sinal vermelho para as organizações populares do campo, como o MST. Na esteira do Projeto de Lei (PL) chamado de Exclusão de Ilicitude, que em resumo dá carta branca para as polícias e Forças Armadas matar a população, em teoria para garantir a “lei e a ordem”, Bolsonaro pretende fazer uso da GLO (Garantia da Lei e da Ordem) em situações de ocupação de terra.
A medida já tinha sido denunciada anteriormente neste Diário, e é claramente uma iniciativa de Bolsonaro para desocupar terras de latifundiários, expulsando na base da força os sem-terra que por ventura venham a ocupar estas terras. Já tínhamos visto anteriormente o compromisso entre o governo Bolsonaro e os latifundiários na questão da Amazônia, onde, por causa da política destrutiva e inconsequente destes setores abriu-se uma brecha para a intervenção imperialista na floresta brasileira.
Trata-se de mais uma ofensiva do governo Bolsonaro, que busca se preparar para reprimir duramente as manifestações de rua que podem eclodir no Brasil há qualquer momento, a exemplo do que temos visto em diversos países latino-americanos. Não basta que Bolsonaro reprima apenas a população nas cidades. Para controlar o movimento popular, o governo do fascista precisa também reprimir duramente a população rural, que tem sido mortos em uma escalada que vem desde o golpe, e que se acentuou com o governo Bolsonaro.
É preciso denunciar amplamente esta iniciativa, que visa abrir caminho para a preparação de uma ditadura militar no Brasil. No entanto, apenas a denúncia é insuficiente. Ao invés de esperar o socorro das instituições, que hoje são controladas em grande medida pelo bolsonarismo e por outros setores da direita e da extrema-direita, os militantes do MST devem se organizar em comitês de autodefesa e se armar, para garantir a sua própria segurança pelos meios que forem necessários. Afinal, não há nenhuma lei que obrigue alguém a ser executado sem sequer poder reagir, como gado a caminho do abatedouro.