A figura caricata e ridícula do ex-prefeito da cidade de São Paulo, o coxinha-golpista João Dória, volta a ocupar o noticiário jornalístico. A motivação, no entanto, nada tem a ver com a sua candidatura ao governo do estado de São Paulo – em queda nas pesquisas -, mas diz respeito aos 16 meses que esteve à frente do executivo municipal do terceiro maior orçamento do país.
Dória foi eleito em 2016 surfando na onda do golpe, onde disputou a prefeitura com o petista Fernando Haddad, que buscava a reeleição. Naquele momento, o conjunto da esquerda nacional se encontrava sob intensa pressão e ataque dos golpistas, o que favoreceu, de certa forma, a vitória da direita em várias importantes capitais e municípios.
O candidato Dória, à época, fez campanha afirmando não ser “político”, procurando negar a política e se dizendo “gestor público”. Sob intenso bombardeio da imprensa golpista que atacava impiedosamente a esquerda, as eleições ocorreram logo após o impeachment/golpe que destituiu o governo eleito, onde a manobra e a manipulação escancarada da direita e dos golpistas acabou por repercutir em um contingente expressivo da classe média paulistana e também entre setores despolitizados das classes populares.
Logo nos primeiros dias, João Dória já havia dito a que veio, deixando sua marca na administração municipal. Passou a atacar duramente a população pobre e oprimida da, onde não faltou a conduta sádica e nazista dos banhos de água gelada na madrugada fria da cidade contra os moradores de rua. Além de ter usado e abusado da violência para aterrorizar os moradores de rua, a figura ridícula de “João Trabalhador”atacou também, de forma selvagem e truculenta, os usuários e dependentes de drogas, numa operação que tinha o claro propósito de promover uma assepsia social na cidade, tornando-a uma “cidade linda”, um dos seus patéticos e fraudulentos slogans de campanha.
O resultado de toda este embuste, de toda esta enganação e de toda esta fraude contra a população paulistana, está expresso neste momento no mais completo e retumbante fracasso da administração do “gestor” joão Dória. O órgão responsável pelas contas públicas da cidade, o Tribunal de Contas do Município (TCM) – que o agora candidato a governador tentou extinguir – já suspendeu um total de 168 licitações só em 2018. Um verdadeiro escândalo, o que dá uma ideia do que vem sendo a “gestão” de Dória e do seu sucessor (Bruno Covas) na prefeitura paulistana.
Por detrás de toda a propaganda de “gestão eficiente” vem sendo ocultada as maiores negociatas envolvendo os bilionários recursos do município, onde falta de tudo para o atendimento dos serviços básicos essenciais às populações carentes e menos favorecidas. O “gestor” Dória e seu substituto nada mais são do que agentes dos grandes capitalistas incrustados na máquina pública para viabilizar os interesses dos grandes capitalistas que controlam o orçamento da cidade.
A campanha eleitoral da esquerda (em particular do PT) deveria colocar na ordem do dia a denúncia do significado da candidatura de Dória e do PSDB ao governo do Estado, da mesma forma que seus aliados que, agora, participam como adversários da disputa, que representam uma ponte para atender os interesses dos exploradores e das máfias que controlam o orçamento público em detrimento do conjunto da população.