Em matéria publicada em um portal online na terça-feira, dia 12, o agrônomo e jornalista, Xico Graziano, defende a nomeação feita pelo presidente golpista e ilegítimo, Jair Bolsonaro, de um general do exército para comandar o Instituo Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o INCRA. Primeiramente, o autor do texto já foi deputado federal por São Paulo pelo PSDB, além de ter sido um dos coordenadores da campanha do tucano José Serra para a presidência da república em 2010. Tais fatos demonstram a vinculação política e ideológica da direita tradicional com a extrema direita, que hoje está no governo nacional.
Em seu texto, o agrônomo tucano, tece um duro ataque ao Movimento Sem-Terra e defende a tese da extrema-direita de que com um general no Incra “acabou a moleza para o MST”. Para tentar sustentar seus argumentos, utiliza os velhos bordões da direita e da extrema-direita, de que a reforma agrária só visa sustentar vagabundos, de que os assentamentos são verdadeiras “favelas” rurais, de que o MST seria um movimento composto por “banidos e criminosos.”
O que o direitista de maneira cínica não comenta, no entanto, é a enorme concentração de terras que há no país nas mãos de uns poucos latifundiários. Estes sim, verdadeiros bandidos e criminosos, utilizam-se da terra não para sustentar as necessidades da população, mas para especular com o mercado externo, o chamado agronegócio. Em seu artigo também nada fala da situação de extrema opressão e violência que a população sem-terra vive no campo nas mãos dos latifundiários. Estes, para manter o seu domínio sobre as terras, atendendo também aos interesses dos grandes monopólios, impõem uma verdadeira ditadura no campo, por meio do assassinato de milhares de sem-terras todos anos no país.
Para garantir um controle ainda maior do latifúndio, dos grandes monopólios e dos bancos sobre a produção agrícola nacional, o governo golpista de Bolsonaro nomeou um general interventor para o Incra, o general Jesus Côrrea, com a única função de esmagar os movimentos de luta pela terra, ou seja, os movimentos e organizações que defendem os interesses da população pobre e camponesa, a qual luta por um pequeno pedaço de terra para sobreviver.
A nomeação de um militar para comandar o Incra é, portanto, parte da política de ataque às organizações de luta pela terra, em especial ao MST, como fica bem claro na matéria publicada pelo bolsonarista. A única saída é a organização em todos os acampamentos dos comitês de autodefesa para resistir, de maneira coerente, à violência provocada pela extrema-direita golpista.