Nesta última terça-feira (15), generais das Forças Armadas lotaram as cadeiras de uma sessão do plenário do Senado, em uma ação clara e explícita de intimidação contra os senadores.
A medida que o golpe avança, e as alternativas eleitorais da burguesia ficam cada vez mais escassas, os militares se sentem à vontade para seguir com essas atitudes, sem nenhum tipo de constrangimento.
É inadmissível que generais se prestem a invadir o Congresso para intimidar agentes políticos.
Isso só mostra o quanto o governo golpista de Temer já está nas mãos dessa gente. Percebendo a fragilidade do MDB e a completa paralisia dos parlamentares golpistas, lideranças reacionárias das Forças Armadas, como Sérgio Etchegoyen, que já tem uma tradição de golpistas e torturadores em sua família, colocam seus planos em prática.
Os diversos exercícios militares (GLOs) realizados nos últimos 2 anos são prova disso. A intervenção militar no Rio de Janeiro é prova disso. O “plano de segurança” aprovado pelo governo, que efetivamente coloca todo aparato de inteligência das policias na mão das Forças Armadas, também é prova disso.
Não devemos nos enganar. Se a burguesia não conseguir uma solução com verniz democrático para esta situação, os militares irão entrar em cena de forma cada vez mais explícita e bruta, como já foi realizado em outras oportunidades de nossa história política.
Esse é mais um argumento que “destrói” as ilusões eleitorais, tão propagandeadas pela imprensa golpista (que também apoia os militares, assim como em 1964). Somente um movimento popular, de massas, nas ruas pode efetivamente fazer com que esses setores recuem.
Se isso não for feito, corremos sério risco de ver, mais uma vez, companheiros mortos e torturados pelos capachos fardados do imperialismo norte-americano.