Com a falsa denominação de “recuperação” da Petrobras, uma matéria do jornal Gazeta do Povo apoia a privatização da Petrobras, escamoteando a intenção e atribuindo a palavra recuperação ao descrever o fato. Acusa o STF e o Congresso Nacional de prejudicarem a operação.
A direção da empresa vem alterando a denominação das empresas que compõem a Companhia para subsidiárias, distinguindo da “empresa mãe”, com a intenção de vendê-las sem necessidade de aprovação pelo congresso. Manobra para privatizar em caráter de urgência.
Sabemos que as estatais são moeda de troca de favores entre o legislativo e o executivo, onde em troca de cargos nas estatais aceitam aprovar medidas propostas pelo executivo, por exemplo.
Esse é o verdadeiro pano de fundo na luta pelas privatizações, o legislativo não quer perder seus privilégios e influências nas estatais, enquanto o executivo tenta a todo custo entregar o patrimônio do povo ao capital estrangeiro imperialista.
Por esse motivo, o congresso recorreu ao STF para tentar barrar a privatização. E na briga entre os poderes, há pressão de todos os lados. Por fim, numa manobra bem articulada, a votação no supremo tribunal, que corria em votação virtual, onde os não privatistas ganhavam por 3 a zero, foi transferida para sessão ao vivo em videoconferência e o resultado foi revertido para 6 a 4 a favor da privatização. Essa manobra foi feita pelo presidente da casa, o juiz Luiz Fux, O juiz Alexandre de Moraes se empenhou muito para o resultado da votação.
O argumento do jornal não faz sentido, já que a recuperação implica em aplicar mais recursos financeiros à empresa em “suposta” situação difícil. Este não é o caso da Petrobras, como noticiado na imprensa da época, em 2002 o valor de mercado da empresa era de US $15,5 bilhões, em 2016 US $63,8 e em 2020 está em US $50 bilhões, conforme dados da Economática, Petrobras e Ibovespa. A perda de valor da empresa ocorre justamente após o golpe de estado contra a presidenta Dilma Rousseff.
Logo, por mais que a operação lava jato, ou melhor dizendo farsa a jato, tenha tentado reduzir o valor de mercado da empresa, com situações de fraude envolvendo diretores, o valor da empresa continua acima do valor que tinha em 2002.
Como na operação mãos limpas na Itália, há algumas décadas, o processo culminou com a privatização da petrolífera italiana, o mesmo estão querendo fazer no Brasil. Aliás o juiz Sérgio Moro referiu-se a operação mãos limpas durante o processo, que hoje está absolutamente claro que foi tudo farsa jurídica mesmo.
A operação por um lado deixava a empresa mais barata, mais atrativa para o imperialismo adquirir e por outro lado tirou das eleições a maior liderança política do país, o Luiz Inácio Lula da Silva com processos igualmente fraudulentos.
Nota-se que nem o executivo, nem o judiciário ou o legislativo demonstram nenhum interesse por preservar o patrimônio brasileiro e a própria Petrobras, estão interessados apenas nos seus privilégios e áreas de influência política. Só quem tem interesse em preservar é o povo brasileiro mesmo, os trabalhadores.
Por esse motivo é necessário que o povo brasileiro saia em defesa das empresas estatais nacionais, seus direitos sociais e políticos organizando-se em conselhos populares nos bairros e nas empresas, estabeleçam um plano de luta e reivindicações ao estado e vão para as ruas até conseguirem seus objetivos.
No que depender da imprensa golpista e das elites, elas estarão a favor do imperialismo que vem para roubar nossas riquezas e nos deixar na mais profunda miséria.