Dia 5 a Assembleia Nacional da Venezuela, que funciona em desacato desde que ignorou decisões da Justiça do país, terá uma nova eleição para a presidência da casa. Apesar de ser controlada por golpistas, o presidente da Assembleia, Juan Guaidó, está preocupado. Autoproclamado “presidente” da Venezuela ano passado, tentando roubar o posto para o qual Nicolás Maduro foi eleito, Juan Guaidó está correndo risco, segundo determinados indícios, de perder até mesmo seu cargo na direitista Assembleia Nacional em desacato.
Sabe-se que a direita venezuelana é extremamente dividida, e Guaidó fracassou em dar o golpe no ano passado, chegando ao ridículo de tentar liderar uma invasão fracassada do país sob o pretexto de envio de “ajuda humanitária”. A manobra não deu certo, de modo que Guaidó pode ter saído enfraquecido.
Um indício forte de que Guaidó pode perder as eleições até mesmo na Assembleia Nacional tomada por lacaios do imperialismo é a acusação que o governo dos EUA estão fazendo contra a Venezuela dessa vez. O enviado especial à Venezuela pelo Departamento de Estado, Elliott Abrams, inventou a seguinte acusação desesperada contra o governo Maduro: o governo venezuelano estaria comprando votos de deputados da direita para impedir a reeleição de Guaidó à presidência da Assembleia Nacional em desacato.
Ao New York Times, em reportagem do último dia 20 (“U.S. Accuses Venezuela’s President of Rigging Coming Vote”), Abrams afirmou que o governo estaria usando uma combinação de intimidação, prisões e propinas de US$ 500 mil por voto. Não foi apresentada nenhuma prova dessas afirmações, mas a fabricação de uma acusação desse gênero pelo imperialismo contra o governo Maduro indica que é possível que Guaidó perca de fato as eleições dentro da Assembleia dominada por golpistas, o que tornaria inviável que ele continuasse se apresentando por aí como “presidente”.
Um problema que se criaria para a direita golpista, para os EUA e para os capachos do imperialismo em todo o continente, e que o governo norte-americano e todos os governos submissos aos interesses dos EUA no continente reconheceram Guaidó como “presidente”. Daí o desespero dos EUA diante dessa possibilidade, que frustraria de vez toda uma operação golpista em que, apesar de todos os seus fracassos, esteve em curso durante todo o ano passado. De alguma forma, o imperialismo teria que recomeçar o golpe do zero, outra vez, depois de tantas tentativas de se apoderar da Venezuela contra a vontade do povo venezuelano, expressa repetidamente nas urnas e defendida nas ruas pelas armas.