Dando continuidade à série de ataques promovidos pelo golpe de estado contra a cultura e o povo brasileiro, agora, como medida que transita no Senado, está em discussão um projeto de lei de autoria do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) que prevê uma grande facilitação aos clubes de futebol brasileiros tornarem-se controlados por sociedades anonimas, ou seja, pararem nas mãos das empresas privadas, controladas pelos grandes capitalistas, vendendo assim todo patrimônio do torcedor para os interesses financeiros dos monopólios.
Anteriormente já tivemos medida parecida na Câmara de Deputados brasileira, promovida também por um deputado golpista do DEM, o carioca Pedro Paulo, que também previa um suporte do governo golpista aos capitalistas interessados em abocanhar o futebol brasileiro.
Porém, principalmente após a grande crise que envolveu o Figueirense Futebol Clube, um dos principais times de Santa Catarina, vítima dos interesses capitalistas, que deixou por grande mobilização da torcida de ser um clube-empresa, os golpistas interessados nessa abertura foram obrigados a maquiar seus projetos, e relançar um novo na tentativa de enganar a população.
Agora o senador do DEM tenta nos convencer que estão preparando “novas” ferramentas para impedir que casos como o do Figueirense voltem a ocorrer. Porém, tais ferramentas não passam de uma mera farsa, onde na prática, assim como sempre ocorreu, tudo que há de importante para os torcedores passa para as mãos dos capitalistas, pois o que o senador chama de “garantia de defesa” é o cúmulo de dizer que agora os torcedores “poderão decidir por coisas fundamentais”, como se o nome, emblema e estádio serão trocados ou não, o que no fundo, não é nada perto do controle geral do futebol que estará na mão das empresas.
Além disso, faz com que o estado brasileiro passe a ganhar ainda mais em cima dos clubes e permite com que o imperialismo controle por completo o melhor futebol do mundo. Entregando assim, uma verdadeira mina de ouro para os grandes capitalistas, buscando destruir a soberania popular e o próprio futebol.
O projeto deseja tratar os clubes como meras empresas, não mais como algo ligado aos torcedores, mas sim como uma atividade financeira sujeita a todas as crises e falências de uma empresa, abrindo portas para capitalistas virem sugar o dinheiro do futebol brasileiro, joga-lo na miséria e depois simplesmente fugir, assim como no caso do clube catarinense, onde o então dono da empresa roubou milhões dos caixas antes de fugir para Europa, jogando o time para o rebaixamento eminente para a série C.
No final das contas, o projeto é na realidade uma tentativa de retirar por completo o controle dos torcedores sobre o próprio clube, atacando duramente o futebol brasileiro, e o tornando mero interesse de monopólios, muitas vezes estrangeiros, que irão dominar de vez o principal esporte da cultura popular do país.
A única alternativa que vai contra esta imposição é o controle total dos clubes e federações pelo povo, ou seja, seus torcedores, os únicos que de fato podem representa-los. Nesse caso, as torcidas organizadas assumem papel de extrema importância, pois são elas que representam a vontade dos torcedores e deveriam assim exercer controle sobre todo o clube. O futebol é propriedade do povo e não dos capitalistas, por isso, os torcedores tem o total direito que ter controle absolto sobre ele.