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Renova atua junto com Samarco

Fundação Renova omite estudo que aponta contaminação em Mariana

Fundação Renova adultera pesquisas de diversos órgãos que comprovam contaminação na água, terra e ar onde houve a tragédia em 2015, causa pela privatizada Vale no governo FHC

Na última terça-feira (5) completou quatro anos que a lama tóxica devastou a cidade de Mariana-MG causada pelo grupo de empresas Samarco/Vale/BHP Billiton.

Os detritos minerários percorreram 650 quilômetros, passando por 43 municípios e causando a morte de dezenove pessoas. Destruindo plantações, animais, monumentos históricos do período colonial, ecossistema ao longo da bacia hidrográfica do Rio Doce. O Rio Doce foi varrido de Mariana-MG até Linhares, cidade litoral do Espírito Santo.

A privatização da antiga Companhia Vale do Rio Doce aconteceu em 1997 no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Até então uma das mais lucrativas estatais brasileiras. Deixando milhares desempregados.

Atualmente, maior mineradora do Brasil e a terceira companhia na indústria global de mineração de metais, a Vale S.A. A mineradora fechou o terceiro trimestre de 2019, com um lucro de US$ 1,6 bilhões (R$ 6,5 bilhões) e aumentou em 20,2% a extração de minério de ferro na comparação com o trimestre anterior.

Entretanto, isso a custas da destruição da nossa soberania nacional, do assassinato de brasileiros por negligência, a custas de ameaçar a vida a saúde de mais 1,3 milhões pessoas que vivem da bacia do Paraopeba, contaminada com metais pesados.

Estudo de Avaliação de Risco à Saúde Humana (ARSH) confirmou que a poeira e o solo superficial de Mariana e Barra Longa estão contaminados por metais pesados e que a população pode ser contaminada através da ingestão, inalação ou absorção dérmica das partículas.

A Pesquisa sobre a Realidade de Saúde Mental em Mariana (PRISMMA), divulgada em 2018 pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), apontou que entre os 271 entrevistados, o índice de depressão era cinco vezes superior à média brasileira. Além disso, foi identificado um risco de suicídio de 16,4%.

Moradores de Brumadinho e região também começaram a apresentar os mesmos sintomas que as populações atingidas pelo crime da Vale, Samarco e BHP Billiton em 2015: coceira e irritações na pele, alergias respiratórias e queda de cabelo.

Desde 2017 o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) exige que as mineradoras arquem com o custo de exames toxicológicos para toda a bacia do Rio Doce. “Agora vemos o Estado e a Renova bloqueando não só o direito do acesso à saúde, mas também à informação das populações atingidas. Então nós novamente exigimos que todos atingidos, tanto do Rio Doce quanto do Paraopebas, realizem os exames e tenham acesso a esse e outros estudos sobre a contaminação da lama”, pontua Pablo Dias da coordenação nacional do MAB.

O primeiro aditivo ao Termo de Compromisso Socioambiental (TCSA), obrigando que a Samarco pague renda mínima para pessoas afetadas pela lama no Rio Doce, foi assinado em dezembro de 2015. Em março do ano seguinte, mineradoras, governo federal e governos de Minas Gerais e do Espírito Santo firmaram um termo para reparação dos danos, calculados em R$ 20 bilhões. O Ministério Público Federal (MPF) e os movimentos populares afirmam que acordo era ruim para as vítimas. Em 2016, o MPF entrou com uma ação para a total reparação dos danos, no valor de R$ 155 bilhões. A quantia é oito vezes maior que o acordo feito pelos governos com as mineradoras. A partir de então, descobriu-se que a Vale adulterou relatórios para confundir investigação, perseguiu manifestantes e ocultou estudos que mostram contaminação na poeira das casas de Mariana.

Fundos indenizatórios não devem ser geridos por ONGs, fundações que são controladas pelas empresas que visam somente lucro mesmo que isso assassine lentamente milhões de pessoas, mas devem ser controlados pela população afetada pelo desastre.

Enquanto isso a Vale recebeu carta branca para voltar as atividades em Mariana-MG em 2020. No último dia 25 de outubro a empresa conseguiu a última licença que precisa para atuar também no mesmo local em que causou a tragédia.

As privatizações só vêm aumentando com o golpe de estado. O que significa que tragédias como a de Mariana-MG e Brumadinho-MG e quase cinquenta municípios que acabaram sendo afetados vão ser cada vez mais recorrentes.

A única forma de barrar as privatizações e reestatizar as nossas empresas é com numerosa e organizada mobilização popular a nível nacional. Por isso, nos dias 14 e 15 de dezembro acontecerá a II Conferência de Luta Contra o Golpe e o Fascismo, na Quadra dos Bancários, no Centro da cidade de São Paulo.

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