Diante da ameaça do fechamento de diversos postos de trabalho, o fechamento de várias unidades regionais e contra a privatização, os trabalhadores da Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência) começaram uma greve no dia 21 de janeiro, por tempo indeterminado, inicialmente em três estados: Rio Grande do Sul, Pará e Maranhão que, rapidamente se espalhou por diversos estados: Ceará, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Piauí, Bahia, Paraná, Espírito Santo, São Paulo, Amapá, Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Sergipe, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Distrito Federal, o que vinha caracterizando em uma das maiores greves da história da Dataprev.
No último dia 04 de fevereiro, a direção da Fenadados e a Dataprev assinaram um acordo para suspender a greve da categoria em audiência no TST (Tribunal Superior do Trabalho), a partir do dia 05 de fevereiro. Sempre é bom lembrar que a direção golpista da Dataprev, no processo judicial, pediu, liminarmente, a declaração de abusividade da greve, por considerá-la política, além de requerer a manutenção de 100% dos empregados no período da greve. A Dataprev já havia ingressado no tribunal com pedido de tutela provisória antecedente em preparação ao dissídio coletivo, já se antecipando à campanha salarial da categoria que está para começar no próximo dia 20/02/2020.
A política de cartas marcadas entre o governo golpista e seus representantes na direção da Dataprev e o, também golpista, Tribunal Superior do Trabalho em suspender a greve, em contrapartida a suspensão, provisória, das demissões e fechamento de unidades por 30 dias é mais uma jogada para, efetivamente, dar fim à greve e logo em seguida impor as demissões e consequentemente a privatização da empresa.
É um verdadeiro engano, sem ganhar nada, abandonar a greve e seguir para o matadouro do TST de forma desarmada. A suspensão da greve, com certeza, irá desmobilizar toda a categoria nacionalmente que, provavelmente, não conseguirá retornar essa gigantesca mobilização, que vinha preocupando a burguesia devido ao seu potencial em agregar diversas outras categorias, principalmente, das empresas estatais que vem passando pelo mesmo processo de privatização.
O TST é um instrumento tradicional dos patrões em liquidar com os direitos dos trabalhadores. Recentemente, na greve dos petroleiros, o ministro fascista do TST, Ives Gandra, acatou o pedido da direção bolsonarista da Petrobras e impôs uma multa diária de 500 mil aos sindicatos que não cessarem a greve, além disso decidiu a obrigatoriedade de, pelo menos, 90% dos trabalhadores mantenham suas atividades nas unidades da companhia, um verdadeiro absurdo.
Para o servidores da Dataprev, não há outra saída que não seja a manutenção da greve por tempo indeterminado até que suas reivindicações sejam atendidas. Há um movimento nacional de várias categorias, como os petroleiros, moedeiros, servidores estaduais, etc., e a unidade com essas categorias, e as demais que estão em vias de paralisar, é um propulsor para a mobilização das massas trabalhadores de modo geral, com o potencial de colocar na defensiva o governo ilegítimo/fascista Bolsonaro e arrancar uma verdadeira vitória para os trabalhadores.
