Após 48 horas de paralisação, os funcionários do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), em São Paulo, retomaram as atividades, às 7h desta quinta-feira (11). A decisão saiu em assembleia, na noite de quarta-feira (10), mas uma nova greve, agora de 72 horas, deve começar no próximo dia 16, caso não ocorra negociações com a prefeitura, informou o sindicato da categoria.
A redução das atividades, que funcionaram apenas com 50% do quadro de funcionários, para atender casos graves, ocorreu pela discordância dos trabalhadores quanto ao Plano de Descentralização do Serviço, anunciado pela Secretaria Municipal de Saúde, que fechou 31 bases do Samu, no início do mês de abril. O vice-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindisep), João Gabriel Buonavita, denuncia o plano de desmonte do Samu, que prejudicará a população. Segundo ele, as bases novas sem espaço para higienização das ambulâncias e funcionários, justificando que “os profissionais não podem jogar sangue no pátio das UBSs (Unidades Básicas de Saúde).
As mudanças feitas pelo governo tucano atinge a maior parte da população, sem acesso aos planos de saúde privados, com a precarização dos serviços e do atendimento. A prefeitura transferiu os profissionais e veículos para espaços disponíveis em hospitais e em postos de saúde, com uma estrutura mínima para fazer a limpeza e desinfecção das ambulâncias, dos equipamentos e dos funcionários envolvidos nos serviços de resgate. Os veículos não podem ser lavados no local, para conter gastos com água, tendo que ser higienizados em outro local. Esta mudança, somado à demora para a entrada e saída dos veículos, que manobram em áreas de circulação insuficientes, dificulta a circulação e a agilidade operacional do sistema essencial para a população. A categoria quer participar da reestruturação, que deve ser feita em conjunto com os servidores para não comprometer o atendimento.