No dia 22 de maio de 2018, os funcionários da Universidade de Campinas (Unicamp) entraram em greve para evitar a destruição e venda da universidade pública, em movimento que já encontra ressonância em várias universidades do estado de São Paulo.
A principal reivindicação da categoria dos servidores é um reajuste de 12,6%, um índice já muito reduzido para as perdas acumuladas nestes quatro anos de salários corroídos pela inflação. Mesmo assim, o Reitor Marcelo Knobel sinaliza para que o reajuste seja de ínfimos 1.5%, pedindo inclusive que a deliberação sobre o assunto seja feita um dia antes do CRUESP, reunião das burocracias universitárias das estaduais. Tal medida é uma tentativa de desarticular a greve que já se encontra em diversas unidades da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Durante a tarde do dia 22/05/2018, mais de 250 funcionários realizaram passeata pela Unicamp para denunciar o desmonte da universidade. O ato contou com funcionários das bibliotecas, creches e alguns laboratórios. A biblioteca central e quatro unidades da área de humanas estão fechadas. No dia 24 de maio, os professores têm assembleia para decidir se se unem ao movimento.
No dia 30 de maio o CRUESP se reunirá para discutir a situação e apresentar um possível reajuste para os trabalhadores. A situação é muito incerta ainda e o movimento mal começou a se consolidar, mas professores e estudantes de todas as universidades públicas estaduais estão com assembleias marcadas e paralisações. A luta pela universidade pública vai ser intensa esse ano, em que o aprofundamento do sucateamento põe em risco diversas instituições importantes como a Universidade de Brasília (UnB) e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).