A polarização política, perceptível desde a consolidação do golpe, com o impeachment da presidenta democraticamente eleita, Dilma Rousseff, está ainda mais evidente nestas eleições.
No debate promovido, nesta semana, pela Folha de S. Paulo, UOL e SBT, Ciro Gomes atacou diretamente Fernando Haddad e ao PT. O presidenciável apoia o discurso da direita “contra corrupção”, defendendo a prisão de Lula e ainda afirmou que não quer governar junto com o Partido dos Trabalhadores. Para ele, o PT “transformou-se numa estrutura odienta que acabou criando uma figura como Bolsonaro”.
Gomes, desde o início, se colocou contra a candidatura de Lula. Ainda neste mês, ao participar de uma atividade de campanha no Paraná, Ciro se posicionou sobre a prisão política do ex-presidente. Para ele, “em toda tragédia, há o lado bom. Agora, o povo brasileiro poderá olhar para o debate eleitoral com mais clareza. Mais grave seria isso acontecer muito perto da eleição, criando um tumulto que poderia gravemente deslegitimar o próprio processo, ameaçando a democracia”.
Ciro é um abutre dos votos de Lula e seu papel é confundir setores mais confusos da esquerda. O capacho do imperialismo, porém, não é o escolhido para ganhar as eleições deste ano. O candidato dos golpistas é Geraldo Alckmin. A burguesia está utilizando de todo tipo de manobra para tentar colocá-lo com Jair Bolsonaro no segundo turno. Para isso, dividir os votos da esquerda é fundamental.
Nenhum destes candidatos é o escolhido do povo. A classe trabalhadora quer Lula, que atualmente é um preso político sob a ditadura da direita. Sua prisão é parte do golpe. Logo não se pode cair em confusão e acreditar que a solução estará nas urnas. A única forma de derrotar os golpistas e garantir a liberdade do maior líder de massas da América Latina é através de amplas mobilizações populares. Elas são, historicamente, fundamentais para a conquista de diversos direitos dos trabalhadores.