Neste mês, um grupo de indígenas que se mantém de maneira isolada para não sofrer com os ataques dos latifundiários, protestou e tentou ocupar a sede da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) na cidade de Colniza, Estado do Mato Grosso.
Os indígenas protestavam contra a violência e demora na proteção de suas terras indígenas, a Terra Indígena de Rio Pardo, onde vivem os indígenas da etnia Kawahiva. A ocupação da sede da Funai é uma maneira tradicional de protesto dos indígenas para pressionar o governo em tomar providências quanto a essas questões, forçar reuniões com autoridades e sempre é realizada de maneira pacífica e sem nenhum conflito.
O resultado da ação foi de um indígena morto e outro ferido, pela entidade que deveria proteger os povos indígenas.
A Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (CONAFER) e pela União Nacional Camponesa (UNC), que colaboram com os indígenas na região, afirmam que os indígenas de diversas etnias estavam ”pintados e cantando, homens, mulheres e crianças de diversas etnias desceram até a Funai, onde foram recebidos com tiros vindo da parte dos funcionários”.
Esse fato revela que os golpistas vão utilizar até mesmo as entidades que prestam assistência aos indígenas, como a Funai, para atacar violentamente os povos indígenas. Essa ação faz parte e pode ser utilizada para que os golpistas realizem uma velha reivindicação dos latifundiários, a extinção do órgão.
Os golpistas estão utilizando todas as instituições do Estado para reprimir duramente os movimentos sociais, e que se agravou no último período com a possibilidade de Bolsonaro chegar a presidência.
Os indígenas devem se proteger desses ataques e do avanço da extrema-direita. Para isso, é preciso formar comitês de autodefesa para enfrentar os latifundiários e pistoleiros nas ruas.