Muito diferente do que os capitalistas falam através da imprensa burguesa, onde estes tentam justificar a fuga de capitais no país como sendo um fenômeno meramente resultante da pandemia do novo coronavírus, a realidade nos mostra que o comportamento dos investidores estrangeiros de evitar investimentos no Brasil é uma atividade causada pela crise econômica gerada pelos próprios golpistas.
Segundo dados da Conferência da ONU para Desenvolvimento e Comércio, durante o primeiro semestre de 2020 o Brasil registrou uma queda nos investimentos muito superior do que a média observada entre os demais países emergentes.
Houve uma diminuição significativa de 48% nos investimentos feitos no Brasil quando comparado com o mesmo período de 2019. Foram US$ 18 bilhões aplicados no país entre janeiro e junho deste ano.
Desta forma, o Brasil caiu da 4ª para a 6ª colocação mundial em valores de investimentos, igualando os números do México. O G6 foi liderado por China, EUA, Alemanha, Irlanda, Cingapura e México/Brasil.
Além disso, é preciso recordar que a farsesca e hoje desmascarada Operação Lava Jato destruiu a força produtiva do país levando a indústria nacional à falência completa.
O Brasil em 2014, ano da reeleição de Dilma, registrava o menor índice de desemprego da história (4,8%), dois anos depois em 2016 ela sofreria um Golpe de Estado orquestrado pelo imperialismo norte-americano que desde Temer (MDB) e agora com Bolsonaro vem se apoderando das empresas nacionais remanescentes nos mais diversos setores produtivos.
Foram, portanto, em grande medida, as consequências do golpe e da gestão catastrófica da crise econômica brutal gerada a partir dele, que levaram o país a registrar o pior resultado entre a média das economias emergentes e um indicador mais negativo que a média registrada pelos países da América Latina que recebeu US$ 62 bilhões em investimentos no primeiro semestre.
O diretor do Departamento de Investimentos da Convenção da ONU, James Zhan, também destacou que o Brasil é, segundo a OMS, um dos líderes no número de mortes pelo mundo e que esse fator teria sido decisivo para afastar o aporte de capital no país.
Já os investimentos mundiais caíram 49% (acima da previsão anual que é entre 30% e 40%), a alegação das multinacionais foi a de que o impacto do confinamento teria provocado uma mudança nas decisões destas companhias em aportar recursos para novos projetos, cujos anúncios também caíram em 37% ante as fusões e aquisições que diminuíram em 15%.
A crise do capitalismo é, portanto, histórica e empurra a classe trabalhadora para um cenário onde serão necessárias grandes mobilizações populares para conter o ímpeto da burguesia em abraçar o fascismo, mais uma vez, numa tentativa desesperada para conter a revolta popular iminente e inevitável.